Há meses que os funcionários da limpeza dos Correos na Galiza denunciam atrasos no pagamento dos salários, por parte da concessionária JCórdoba, e se mobilizam contra o facto de «uma empresa pirata assumir os contratos públicos» – situação pela qual responsabilizam a administração dos Correos, por ter adjudicado o serviço abaixo do seu valor real.
As consequências, afirma a Confederação Intersindical Galega (CIG) no seu portal, estão a pagá-las os trabalhadores, «há três meses sem receber salários». Por isso, no dia 4 de Setembro, entraram em greve por tempo indeterminado, exigindo o pagamento do que lhes é devido e a rescisão do contrato com a actual concessionária.
Também estabeleceram uma agenda de mobilizações, no âmbito da qual se manifestaram no passado dia 20 em Lugo e, esta quarta-feira, em Pontevedra. Para dia 4 de Outubro, está agendada nova manifestação, em Ourense.
A CIG denuncia que, embora a greve tenha uma adesão maioritária e as suas consequências sejam óbvias nos escritórios e unidades dos Correos em toda a Galiza, a empresa postal continua a recusar-se a receber uma delegação sindical e a transmitir qualquer tipo de informação concreta.
Quando da mobilização em Lugo, no dia 20, havia rumores de que a empresa havia iniciado um processo de rescisão de contrato. No entanto, Xavier Torea, da CIG-Serviços, alertou então que não era a primeira vez que recebiam «a notícia de que iam tratar do problema e depois os Correos não faziam nada». »Não nos fiamos», disse.
Esta quarta-feira, os representantes dos trabalhadores souberam que o conselho de administração dos Correos realizou uma reunião, parecendo que vai proceder à rescisão do contrato com a concessionária. Mas sem que nada esteja confirmado, e sem se saber se os salários em atraso serão pagos.
Neste sentido, os sindicatos advertem que, se a empresa postal quiser continuar a licitar o contrato abaixo do custo real do serviço, «nenhuma empresa solvente apresentará uma proposta, tendo em conta, também, a dívida salarial agora gerada pela JCórdoba».
Assim, os trabalhadores decidiram manter a greve e o calendário de mobilizações, para exigir o pagamento dos seus salários e o respeito pelos seus direitos.
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