|Soberania

«Querem ajudar a Venezuela? Levantem o bloqueio»

O vice-presidente de Comunicação, Cultura e Turismo da Venezuela, Jorge Rodríguez, defende que levantar o bloqueio económico e respeitar a soberania é a melhor maneira de ajudar o país. 

Jorge Rodríguez lembra a argumentação utilizada pelos países imperialistas e que serviram, por exemplo, para invadir o Iraque
Créditos / AVN

Numa entrevista à BBC, esta terça-feira, Jorge Rodríguez falou da «guerra psicológica» que se abateu sobre o povo venezuelano, responsabilizando a imprensa pela deturpação da situação que o país vive e por ignorar o cenário internacional.

«Creio que há muita deturpação e uma verdadeira operação de guerra mediática e psicológica, quase de linchamento, contra a Venezuela», afirmou.

Jorge Rodríguez não tem dúvidas de que, levantar o bloqueio económico e financeiro contra o povo venezuelano e respeitar a sua soberania são as melhores formas de ajudar o país perante uma «falsa crise humanitária», a que se junta o cerco imposto pelos EUA, a União Europeia e alguns países da América Latina. 

«Querem ajudar a Venezuela? Desbloqueiem os fundos ilegalmente retidos para que possamos pagar os alimentos e os medicamentos. Permitam que os alimentos que compramos passem na fronteira da Colômbia e do Brasil, tenham medidas mais efectivas para impedir o contrabando de gasolina, de alimentos e de medicamentos, que saem para países como a Colômbia, o Brasil e para o Caribe», sublinhou.

Desde que empreendeu um caminho alicerçado na sua plena soberania, na liberdade e independência face aos interesses dos EUA e de outros países imperialistas, que, denuncia Rodríguez, o país enfrenta uma guerra económica e mediática, criando falsas ideias na opinião pública com o objectivo de atacar conquistas sociais alcançadas com a Revolução Bolivariana. 

«Ajuda humanitária» ou uma «tremenda hipocrisia»

O vice-presidente realça a este propósito as expressões «crise humanitária» e «ajuda humanitária», salientando que a abordagem faz parte da semântica adoptada, tanto pelo governo dos EUA como pelos seus aliados europeus, sempre que o objectivo é atacar um país.

«Lembre-se das armas de destruição massiva no Iraque. O argumento permitiu a destruição de um país inteiro, o assassinato de milhões de pessoas e depois, de cara lavada, disseram: «Não, estávamos errados. Não havia armas de destruição massiva.», recordou Jorge Rodríguez.

Na entrevista recordou que, como resultado do bloqueio, a Venezuela teve sérios problemas na distribuição e fornecimento de medicamentos, especialmente aqueles que são mais difíceis de obter no mercado internacional, situação que o governo tem vindo a resolver em ligação directa com a população.

Ressaltou que, qualquer proposta para fornecer medicamentos ao país, desde que respeite a soberania nacional e a independência da Venezuela, é bem-vinda, mas que até ao momento ainda não ocorreu, o que na sua opinião revela uma «tremenda hipocrisia». «Se realmente querem ajudar, ajudem-nos tal como temos ajudado tantos países do Caribe e do continente», insistiu.

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui