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Quando o proteccionismo se levanta, Brasil e China avançam na cooperação comercial

Num quadro de cooperação mutuamente benéfica com vista ao desenvolvimento, o Brasil está empenhado em remover as barreiras comerciais à China. Enquanto os EUA provocam desestabilização internacional, outros países desenvolvem laços de amizade. 

CréditosMaxim Shemetov / EPA

Lula da Silva iniciou no passado sábado uma visita de Estado à China e fez-se acompanhar de uma delegação que conta com vários ministros, governadores, deputados e um leque de 200 empresários. O objectivo parece fortalecer os laços de amizade entre os dois Estados, isto numa altura onde o protecionismo parece estar a crescer no denominado «norte global».

No âmbito da sua visita, o presidente do Brasil participou num seminário empresarial em Pequim no qual reiterou a vontade de estreitar relações comerciais com o país liderado por Xi Jinping de forma a ultrapassar os desafios globais que actualmente estão colocados. 

Manifestando a sua oposição às tarifas americanas, Lula da Silva vincou, mais uma vez, a necessidade de multilateralismo no plano internacional e um sistema de comércio livre de forma a contrariar um mundo regido pelos interesses norte-americanos. Neste sentido, o Brasil está empenhado na promoção da cooperação com a China, procurando oportunidades de investimento, bem como de desenvolvimento económico e comercial.

Em reacção às intenções de Lula da SIlva, Gao Yunlong, vice-presidente do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, o principal órgão consultivo político do país, afirmou que a China aguarda com expectativa os esforços activos das empresas brasileiras para explorarem e se envolverem profundamente no mercado chinês. Para tal, a China está disposta a facilitar áreas como vistos, financiamento e ambiente de negócios para empresários de todo o mundo, incluindo o Brasil, disse Gao Yunlong.

A China é, neste momento, o maior parceiro comercial do Brasil há 15 anos consecutivos com o comércio bilateral a crescer de 12,36 mil milhões de dólares em 2004 para 188,17 mil milhões de dólares em 2024, de acordo com Fang Aiqing, presidente do Conselho Chinês para a Promoção de Investimentos Internacionais. Além disto, a China é também uma das principais fontes de investimento directo estrangeiro no Brasil, com um investimento acumulado nos últimos anos superior a 70 mil milhões de dólares.

As principais áreas de investimento têm sido em sectores tradicionais como a energia, a electricidade, as infraestruturas e a indústria transformadora, no entanto, Frederico Siqueira, ministro das Comunicações do Governo de Lula da Silva, o Brasil pretende estabelecer novas parcerias em áreas tecnológicas, nomeadamente tecnologias de satélite e de fibra óptica.
 

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