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China e Ásia Central apostam na cooperação e no desenvolvimento

Discursando em Astana, na segunda Cimeira China-Ásia Central, Xi Jinping enalteceu o «espírito» criado pelos seis países, onde figuram respeito, confiança, ajuda e benefício comuns.

Xi Jinping, presidente chinês, discursa em Astana durante a segunda Cimeira China-Ásia Central, a 17 de Junho de 2025 CréditosYin Bogu / Xinhua

Na capital cazaque, o presidente chinês destacou a busca da modernização conjunta através de um desenvolvimento de alta qualidade e revelou que a parte chinesa decidiu criar três centros de cooperação e uma plataforma de facilitação comercial no âmbito do mecanismo de cooperação China-Ásia Central.

Ao dirigir-se aos demais chefes de Estado participantes na cimeira, esta terça-feira, Xi disse que se trata do Centro de Cooperação para a Redução da Pobreza China-Ásia Central, o Centro de Cooperação para o Intercâmbio Educativo China-Ásia Central, o Centro de Cooperação para o Controlo da Desertificação China-Ásia Central, bem como a Plataforma de Cooperação para a Facilitação Comercial China-Ásia Central.

Xi Jinping esteve acompanhado no encontro pelos seus homólogos do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, do Quirguistão, Sadyr Japarov, do Tajiquistão, Emomali Rahmon, do Turquemenistão, Serdar Berdimuhamedov, e do Uzbequistão, Shavkat Mirziyoyev.

No âmbito do encontro, indica o Global Times, o presidente da China e os presidentes dos cinco países centro-asiáticos assinaram ainda um tratado de permanente boa vizinhança e cooperação amistosa.

Uma cimeira com resultados

Em declarações ao Global Times, Yang Cheng, reitor executivo da Academia de Governação Global e Estudos Regionais de Xangai, destacou o «Espírito China-Ásia Central» nas declarações de Xi Jinping, tendo afirmado que este irá fornecer uma «orientação vital» para a construção de uma comunidade China-Ásia Central mais próxima, com um futuro partilhado.

Referindo-se ao «Espírito de Xangai», que surgiu no desenvolvimento da Organização para a Cooperação de Xangai (OCX) e que a continua a orientar, Yang acredita que o «Espírito China-Ásia Central» é significativo não só para promover a cooperação prática entre a China e a Ásia Central, mas também porque cria «um caminho para que países com sistemas políticos, dimensões económicas, recursos e culturas sociais diferentes alcancem uma boa vizinhança duradoura e benefício mútuo».

Yang sublinhou igualmente a assinatura do tratado permanente de boa vizinhança e cooperação amigável entre a China e os países da Ásia Central num «contexto de crescente desordem internacional e escalada de conflitos regionais».

Vários encontros bilaterais

A cimeira inaugural China-Ásia Central teve lugar há dois anos na cidade de Xi'an (Noroeste da China), onde os governantes concordaram em realizar o encontro de alto nível de dois em dois anos, alternadamente na China e na Ásia Central.

Antes da segunda cimeira propriamente dita, na capital cazaque, Xi Jinping manteve encontros bilaterais com os presidentes dos cinco países da Ásia Central, que tiveram como denominador comum a defesa do aprofundamento da cooperação e da intensificação dos laços comerciais.

A defesa da paz a nível regional e mundial, o trabalho para aliviar as tensões e conflitos no Médio Oriente, a afirmação da estabilidade nas relações bilaterais também marcaram os encontros, nomeadamente os que tiveram lugar entre Xi Jinping e os presidentes uzbeque, Shavkat Mirziyoyev, e cazaque, Kassym-Jomart Tokayev, na segunda-feira.

China: primeiro parceiro comercial da Ásia Central

Em Astana, todas as partes confirmaram que a China irá acolher a terceira Cimeira China-Ásia Central em 2027.

Segundo revela a Xinhua, a China é actualmente o principal parceiro comercial e a principal fonte de investimento da Ásia Central, com a iniciativa Cinturão e Rota a promover o comércio, as viagens e as trocas na região.

O Tajiquistão foi o primeiro país centro-asiático a assinar um memorando de entendimento com a China relativamente ao Cinturão Económico da Rota da Seda, em 2014.

O ano passado, o comércio entre a China e a Ásia Central atingiu o valor recorde de 94,8 mil milhões de dólares, o que, revela a fonte, se deve em grande medida a um sector de comércio electrónico transfronteiriço em expansão.

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