A Embaixada do México nos Países Baixos recebeu 17 peças arqueológicas, que foram voluntariamente restituídas ao país azteca por dois cidadãos neerlandeses, informou o Ministério mexicano dos Negócios Estrangeiros.
A entrega segue-se à recente polémica gerada pelo leilão em Paris de peças provenientes de Equador, Guatemala, México, Panamá, Peru e República Dominicana, contra a qual as autoridades mexicanas fizeram uma intensa campanha.
Na sede diplomática, na Haia, Hubert de Boer e Liesebeth Mellis procederam à devolução formal destes bens culturais, que datam do período compreendido entre 400 e 1521, segundo informou o ministério em comunicado.
Durante a cerimónia, o embaixador mexicano, José Antonio Zabalgoitia, agradeceu a De Boer e Mellis pela iniciativa de devolver ao país o património arqueológico que lhe pertence.
Por seu lado, os cidadãos neerlandeses afirmaram que decidiram devolver as peças depois de visitarem a exposição Aztecas, actualmente patente no Museu de Etnografia da cidade de Leiden, refere o La Jornada.
De acordo com o parecer emitido por peritos do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH), as peças de barro, de estilo huasteco, mexica e mixteco, são autênticas.
Até ao momento, o México conseguiu recuperar 6000 peças no âmbito da campanha que o governo de López Obrador lançou pela devolução de objectos das civilizações maia e azteca, bem como de outros povos pré-hispânicos.
Só o ano passado foram devolvidos mais de 1200 artigos, sobretudo provenientes da Alemanha, Itália, Países Baixos, Dinamarca, Austrália, França e Estados Unidos.
De acordo com as autoridades mexicanas, a campanha insere-se numa política mais ampla destinada a promover o respeito e reconhecimento pela história e a identidade dos povos indígenas.