Num comunicado conjunto, as sedes diplomáticas dos sete países latino-americanos denunciam de forma enérgica o leilão «Los Imperios de Luz (IV) Colecciones Privadas Europeas de Arte Precolombino», que deverá ter lugar na próxima segunda-feira, 3 de Abril, e foi organizado pela casa Millon et Associés.
«Mantemos o firme propósito de promover acções para travar a comercialização de bens que pertencem aos nossos respectivos estados e de realizar acções de sensibilização para que se reconheça que fazem parte do património histórico da humanidade», refere o documento.
O texto conjunto, ontem emitido, destaca que este tipo de transacções «fomenta o saque, o tráfico ilícito e o branqueamento de bens perpetrados pela delinquência organizada transnacional».
Além disso – denunciam as embaixadas –, os leilões «atentam contra a arqueologia moderna, ao incentivar escavações ilegais para extrair objectos», e «privam as peças substraídas da sua essência cultural, histórica e simbólica, reduzindo-as a simples objectos de decoração de particulares».
Bolívia, Colômbia, Equador, Guatemala, México, Panamá e Peru defendem ainda que estas transacções «minam a cooperação entre os estados para a protecção e conservação do património cultural», e «alentam um mercado de falsificações».
«Estamos comprometidos com uma diplomacia activa, em defesa dos nossos patrimónios pela via jurídica, bilateralmente com o governo francês, e multilateralmente, sobretudo via Unesco», afirma o texto.
No caso de França, acrescentam, a legislação que regula as vendas e leilões dos bens culturais decreta que a restituição das peças depende da vontade do possuidor privado, o que limita consideravelmente o âmbito de acção dos países que lutam pela protecção do património cultural pré-hispânico e colonial, e que procuram travar o seu tráfico ilícito.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui