Num comunicado final conjunto, os países-membros do organismo declaram a oposição a quaisquer medidas coercivas e unilaterais, incluindo sanções económicas, que violem a Carta das Nações Unidas e outras normas do direito internacional.
Em seu entender, tais medidas impedem a cooperação internacional e dificultam a concretização dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
De acordo com o texto, emitido no âmbito da 24.ª Reunião do Conselho de Chefes de Governo dos Estados-Membros da OCX, que teve lugar esta terça-feira na capital russa, as delegações presentes comprometeram-se «a defender com firmeza um sistema multilateral de comércio aberto, transparente, justo, inclusivo, equitativo e não discriminatório», refere a Xinhua.
Comprometem-se igualmente a promover de forma resoluta a melhoria do sistema mundial de governação financeira e a reforçar o papel dos países em desenvolvimento nas instituições financeiras internacionais.
Os líderes das delegações da OCX destacam que as relações internacionais passam actualmente por «mudanças profundas e históricas» e expressam «profunda preocupação com a crescente fragmentação da economia mundial».
Observam ainda que o estatuto dos países do Sul Global está em constante ascensão e que o seu papel como novo centro político e económico se está a tornar cada vez mais proeminente, criando oportunidades para o seu próprio desenvolvimento, bem como para uma cooperação internacional igualitária e mutuamente benéfica.
Neste contexto – indica a fonte –, reafirmaram que os estados-membros vão continuar a melhorar o sistema de governação económica mundial e a consolidar o sistema multilateral de comércio, tendo como núcleo a Organização Mundial do Comércio.
No comunicado, os responsáveis das delegações sublinham que os estados-membros se vão empenhar na construção de um espaço económico amplo e aberto na região.
Também se comprometem a promover uma cooperação igualitária e mutuamente benéfica, de modo a garantir o funcionamento eficaz e o fluxo dos mercados, das cadeias de abastecimento, dos sistemas de liquidação e pagamento, dos corredores de transporte, das rotas logísticas, bem como dos investimentos, bens, serviços e tecnologias.
Nações Unidas: necessidade de reformas e adaptação
Os países-membros da OCX destacaram ainda a necessidade de reformas nas Nações Unidas, de modo a garantir a representação dos países em desenvolvimento nos órgãos de governação da ONU e a adaptação da ONU às actuais realidades políticas e económicas.
Também no texto final, os representantes das delegações manifestaram a convicção de que a cooperação no âmbito da OCX lançará as bases para a formação de uma arquitectura de segurança igualitária e indivisível no continente euro-asiático.
Opondo-se a uma abordagem de questões críticas, a nível mundial e regional, por via de uma «mentalidade de blocos e de confronto», reiteraram que promover a construção de um novo tipo de relações internacionais, caracterizadas pelo respeito mútuo, equidade, justiça e cooperação vantajosa para todos, é de primordial importância prática.
Participaram na reunião de Moscovo representantes governamentais dos dez países que integram a OCX: Bielorrússia, Cazaquistão, China, Índia, Irão, Paquistão, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão.
Num formato alargado, os debates contaram com a participação de representantes de alguns dos 16 países que detêm o estatuto de observadores ou parceiros de diálogo, como o Bahrein, o Catar, o Egipto, o Koweit, a Mongólia ou o Turquemenistão.
A próxima reunião de chefes de governo do organismo terá lugar no Tajiquistão em 2026.
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