Ao intervir na sessão, Brahim Ghali, secretário-geral da Frente Polisário e presidente da República Árabe Saarauí Democrática (RASD), reafirmou o apelo dirigido ao Conselho de Segurança, no sentido de «tomar medidas urgentes para garantir o exercício do povo saarauí ao seu direito legítimo à autodeterminação e à independência».
No discurso pronunciado, Ghali referiu que tais medidas devem permitir à Missão das Nações Unidas para o Referendo no Saara Ocidental (Minurso) cumprir o objectivo para o qual foi estabelecida, «garantindo o direito do povo saarauí à autodeterminação e à independência, através de um referendo livre, justo e transparente», indica o Sahara Press Service (SPS).
Ghali manifestou ainda a «disposição da RASD para encontrar uma solução definitiva para o conflito prevalecente com Marrocos, tendo por base uma solução que respeite os objectivos e princípios da União Africana, em particular o princípio do respeito das fronteiras existentes no momento da independência».
Aumentar a coordenação para enfrentar as ameaças à paz
Na abertura da quarta sessão ordinária do secretariado nacional da Frente Polisário, Brahim Ghali renovou igualmente o apelo aos povos e países vizinhos da RASD «para que intensifiquem os mecanismos de consulta, coordenação e cooperação para fazer frente às ameaças à paz, à segurança e à estabilidade na região».
O presidente da República Saarauí explicou que o seu país «tem alertado constantemente, e volta a fazê-lo, para o perigo da abordagem expansionista cega e agressiva do Estado ocupante marroquino, que apenas beneficia os propósitos de conhecidas agendas coloniais e expansionistas».
Deste modo, disse, «torna-se uma ferramenta funcional para espalhar a destruição e estimular a escalada da tensão, especialmente ao apoiar e encorajar as organizações do crime organizado transnacional e os grupos terroristas, inundando a região com as suas drogas».
Ghali alertou também para «transformações preocupantes» nas regiões do Sahel e do Saara, onde – disse – se verifica «um perigoso aumento de ameaças à segurança», «uma situação de instabilidade», bem como «manifestações de ingerência externa» e a «presença crescente de grupos terroristas».