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|Reino Unido

O'Grady: «Os trabalhadores britânicos têm de se organizar e lutar»

Dados oficiais mostram que os salários subiram no Reino Unido, mas bem abaixo da inflação. Este é «o pior ano para o crescimento real dos salários em quase meio século», alerta uma dirigente sindical.

Créditos / express.co.uk

De acordo com o Gabinete Nacional de Estatística (ONS, na sigla em inglês), os salários cresceram 6,1% nos três meses até Outubro, sobretudo no sector privado.

No entanto, este crescimento é amplamente superado pelo aumento crescente dos preços e fica bem atrás da taxa de inflação, agora nos 11,1%, deixando em evidência as dificuldades dos trabalhadores para fazer frente ao custo de vida, sobretudo os do sector público.

Frances O'Grady, secretária-geral do Congresso dos Sindicatos (TUC), disse ao Morning Star que 2022 foi o «pior ano de sempre no que respeita ao crescimento real dos salários em quase meio século».

Uma análise publicada pela estrutura sindical, com base nos números oficiais, revela que os trabalhadores perderam, em média, 74 libras por mês, em 2022, em virtude de os seus salários não acompanharem o ritmo da inflação. Trata-se da desvalorização real mais acentuada desde 1977 e a segunda pior desde o final da Segunda Guerra Mundial.

No estudo, o TUC sublinha que o facto de o governo conservador ter decidido manter baixos os salários do sector público significa que os trabalhadores-chave sentem o impacto de forma desproporcional.

«As vítimas de uma década de "cortes salariais" (pessoal do NHS [serviço público de saúde], assistentes sociais, funcionários da administração local, professores e outros) perderam também em média 180 libras por mês desde Janeiro», diz o texto.

«Estamos à beira de uma recessão» e «o governo tem de agir»

O país «está à beira de uma recessão danosa, com a ameaça da perda de um milhão de empregos», afirmou O’Grady, acrescentando que o governo britânico «tem de pôr dinheiro nos bolsos das pessoas – começando por aumentar o salário mínimo e atribuindo aos trabalhadores da administração pública um aumento que permita fazer frente ao custo de vida».

Tendo em conta as afirmações de membros do governo contra os sindicatos e os trabalhadores que lutam pelos direitos, a dirigente sindical disse que «é absurdo culpar os trabalhadores por lutarem por salários justos, quando é inegável a evidência de que o lucro desenfreado está a provocar uma inflação galopante e uma grave desigualdade económica, não os salários».

O’Grady acusou os gigantes do sector da energia de acumularem lucros de milhares de milhões quando as pessoas não conseguem aquecer as suas casas e disse que «não podemos ser um país onde o pessoal da Saúde e os docentes têm de recorrer aos bancos alimentares, enquanto os banqueiros da City recebem bónus ilimitados».

Sobre a vaga de greves deste ano no Reino Unido – a maior desde os anos 80 –, a dirigente sindical entende que tem lugar porque «os trabalhadores foram levados a um ponto de ruptura».

«Ninguém faz greve de ânimo leve», disse. «Se houver greves em diferentes sectores este Inverno, o governo é o único responsável», apontou, citada pelo Morning Star.

Neste sentido, pediu ao governo e às empresas que se empenhem em «negociações salariais com conteúdo», lamentado que este governo conservador as esteja a evitar. «Os ministros parecem mais interessados em fazer escalar os conflitos do que em resolvê-los», denunciou.

A secretária-geral do TUC disse ainda que, «onde os sindicatos têm a possibilidade de negociar com o patronato, estão a alcançar resultados – desde os autocarros até à BT».

«Com ou sem recessão, os trabalhadores têm de se organizar e lutar», frisou.

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