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|NATO

Não é guerra, é economia, estúpido

O Sr. Jens Stoltenberg prestaria melhor serviço se, na recente cimeira de Bruxelas, em vez de acenar com perigos dantescos, fizesse a distinção entre o que é uma ameaça e o que é uma autodefesa.

Acções de protesto realizaram-se em Lisboa (na foto) e no Porto, a 14 de Junho de 2021, contra a Cimeira da NATO a decorrer em Bruxelas, que visa o reforço deste bloco político-militar enquanto instrumento de ingerência e agressão e a imposição hegemónica a nível mundial, à custa de gigantescos recursos financeiros subtraídos aos povos e à resolução dos graves problemas que estes enfrentam
Acções de protesto realizaram-se em Lisboa (na foto) e no Porto, a 14 de Junho de 2021, contra a Cimeira da NATO a decorrer em Bruxelas, que visa o reforço deste bloco político-militar enquanto instrumento de ingerência e agressão e a imposição hegemónica a nível mundial, à custa de gigantescos recursos financeiros subtraídos aos povos e à resolução dos graves problemas que estes enfrentamCréditos / AbrilAbril

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, pontificando na recente Cimeira de Bruxelas, apontou a Iniciativa Nato 2030 como o guião para o conceito estratégico do futuro. Para este economista de gema e político, feito estratega militarista, três seriam, no essencial, os indicadores para este objetivo: uma sondagem em que 80% de população europeia anseia pela manutenção dessa organização; o perigo crescente do poderio militar da China e a sua aproximação à Federação Russa; e a «óbvia» manutenção de segurança e defesa do Ocidente.

No essencial, o que parece estar em causa é o retorno ao estilo de «guerra fria» e ao incentivar do conflito regional, tão ansiado pela economia militarista (fabrico e venda de armamento) e pelo militarismo. À destruição bélica segue-se a reconstrução, que no fundo proporciona o desenvolvimento do sistema capitalista. É sempre assim – foi no Iraque e na Líbia, é no Afeganistão e em Gaza. Manter um permanente estado de alerta faz parte da estratégia. E onde está então o perigo? É no crescente poderio económico chinês e na Federação Russa erroneamente tida como um polo do sovietismo. Neste ponto é bom não olvidar que a NATO data de 4 de Abril de 1949 e o Pacto de Varsóvia (já extinto) surgiu em 14 de Maio de 1955 (cada um que tire as pertinentes conclusões).

Sem entrar em grandes parangonas, importa sublinhar que, devido ao próprio desenvolvimento económico que vem registando a China, esta será, por isso mesmo, a menos interessada em se aventurar num conflito bélico. Ninguém nem qualquer país quer uma guerra – nem mesmo os EUA e menos ainda a União Europeia (UE) ou a China ou a Rússia. Ninguém pretende destruir ou pôr em causa o caminho para o seu bem-estar, antes procuram, cada vez mais, assegurar uma vivência equilibrada numa crescente dinâmica produtiva. Os povos repudiam e estão cansados das calamidades humanas, para não falar das climatéricas a que todos estamos sujeitos, sem, todavia, podermos reagir convenientemente. Se, até ao presente, o mundo tem sido palco de instabilidade e enfrentamentos bélicos, a verdade é que anseia por caminhar rumo a uma vivência onde o homem seja cada vez menos lobo do homem.

Neste contexto, o Sr. Jens Stoltenberg prestaria melhor serviço se, em vez de acenar com perigos dantescos, fizesse a distinção entre o que é uma ameaça e o que é uma autodefesa. Os desentendimentos são passíveis de soluções dialogantes e do respeito pelos direitos humanos. A quem pode interessar este permanente estado de tensão e alarmismo da NATO?


O autor escreve ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 (AO90)

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