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Mulheres nas ruas contra Bolsonaro

O movimento de contestação ao presidente do Brasil não para. Desta vez são as mulheres que lideram os protestos, que ocorrem em diversas cidades brasileiras mas também em Portugal.

CréditosMídia Ninja / Karina Zambrana

Organizações de mulheres, às quais se juntaram centrais sindicais, frentes anti-Bolsonaro e partidos políticos, protestam nas ruas no sábado, 4 de Dezembro, contra o governo, a fome, a miséria e o machismo que afectam a sociedade brasileira e impactam negativamente a vida das mulheres.

As manifestações, que se realizam em mais de 30 cidades brasileiras, entre as quais São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Fortaleza, Recife, Curitiba e Porto Alegre, foram, segundo o Rede Brasil Atual (RBA), convocadas pelas mulheres de 29 organizações que compõem a Campanha Nacional Fora Bolsonaro, entre as quais a Articulação Mulheres Brasileiras (AMB), a Marcha Mundial de Mulheres (MMM), o Movimento Negro Unificado (MNU), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a União de Negras e Negros pela Igualdade (Unegro).

Mulheres na frente, homens são bem-vindos

Para as organizações de mulheres, «o governo de Jair Bolsonaro tem sido uma ameaça directa à vida da população feminina». O desmantelamento das políticas públicas de igualdade pelo governo de direita tem agravado a violência de género, o desemprego, e a precarização da vida das mulheres, numa sociedade marcada pelo machismo, pelo racismo e pela LGBTfobia.

Em declarações à RBA, Sônia Coelho, activista da Sempreviva Organização Feminista e da MMM, referiu terem sido estas preocupações que levaram «vários movimentos feministas e também as mulheres organizadas em movimentos mistos» a fechar o ano com actos de rua contra o presidente Bolsonaro mas também contra «esse projecto bolsonarista que está aí e é um projecto de morte».

Outra activista, Lucineia Freitas, coordenadora do sector de género do MST, declarou à RBA que as manifestações, «apesar do recorte de género», convidam a participar «todas as pessoas que discordam dessa postura (do governo)»: «Os homens também são bem-vindos. É preciso entender que derrotar a misoginia, o fascismo, o patriarcado é função de uma sociedade que quer se emancipar. E não de apenas um sector dessa sociedade», afirmou.

Acto em Lisboa terá silêncio de luto

A jornada feminista anti-Bolsonaro teve eco em Portugal. Mulheres do Núcleo do PT de Lisboa, do Coletivo Revolu e do Coletivo Alvito convocaram um acto público na Praça Luís de Camões, para as 15h do dia 4 de Dezembro, que terá na violência de género o seu alvo principal e por isso mesmo será silencioso.

Em nota enviada às redacções, as mulheres do núcleo do PT de Lisboa sublinham que, em 2020, 17 milhões de mulheres brasileiras foram vítimas de algum tipo de violência, seja ela física, psicológica ou sexual, das quais 45% «nada fizeram da agressão sofrida» e apenas 11% pediram ajuda às autoridades – uma situação que ligam ao carácter machista e misógino de Bolsonaro e seu governo.

Referem ainda um estudo do Observatório de Igualdade de Género da América Latina e do Caribe, que coloca o Brasil como o país com o maior número absoluto de feminicídios entre na região, com um crescimento em 2020 da violência letal contra as mulheres, ano durante o qual foram registados «3913 casos de homicídios de mulheres, dos quais 1350 foram classificados como feminicídios, isto é, cerca de 34,5% dos assassinatos de mulheres. Isso significa que a cada seis horas uma mulher foi morta pelo simples fato de ser mulher».

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