Diz o povo que quem semeia ventos, colhe tempestades. Podemos aplicar este provérbio a várias esferas da vida e face ao que o ministro das Indústrias Estratégicas defendeu, podemos então dizer que quem semeia armamento, colhe guerras.
Neste caso, esta variação do dito popular faz todo sentido já que foi o ministro das Indústrias Estratégicas a defender que o futuro da Ucrânia, mesmo depois da guerra, terá que passar pela exportação de armas. Oleksandr Kamyshin defendeu que a Ucrânia deve concentrar-se na produção de armas, transformando-se no «arsenal do mundo livre».
Podemos assim entender duas coisas: que a Ucrânia continua a achar que a solução para todos os conflitos é a instigação da guerra; e que o governo ucraniano não está interessado na paz do mundo. Esta posição talvez explique o porquê da sua recente promoção a ministro, já que quando a guerra começou era administrador da rede ferroviária estatal.
«Durante as próximas décadas, a defesa deverá ser a principal indústria da Ucrânia. Depois da guerra, deverá ser o nosso principal produto de exportação», defendeu Oleksandr Kamyshin.
Importa relembrar que no ano passado, com o decorrer da guerra, a NATO não sabia por onde andavam 10 mil milhões de dólares em armas dadas à Ucrânia, o que sustenta as evidências que já existiam sobre o comércio de armas na Ucrânia e a corrupção assinalável no sector.
Neste momento o plano do ministro das Indústrias Estratégicas passa por colocar o Estado a dinamizar o sector empresarial privado para esse seu desígnio armamentista, colocando, alegadamente, pequenas empresas a fabricar armas para o exército ucraniano. Segundo Oleksandr Kamyshin, «em 2021, 80% do sector [armamentista] era gerido pelo Estado, agora é cerca de 50/50. Em cinco anos, deverá ser 80/20 a favor do sector privado».
O plano de Kamyshin passa ainda por atrair empresas ocidentais para fabricar armas no país. Kamyshin espera que uma cimeira organizada pelo Conselho de Segurança Nacional dos EUA, que terá lugar a 6 e 7 de Dezembro e reunirá altos funcionários e empresas ucranianas com governos ocidentais e os principais fabricantes de armas do mundo, ajude nos seus objetivos belicistas.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui