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Milhares mobilizaram-se em Istambul para dizer «basta» à pobreza

Numa grande manifestação, convocada pela Confederação dos Sindicatos Revolucionários (DiSK), os trabalhadores turcos denunciaram as dificuldades que enfrentam e exigiram o aumento do salário mínimo.

Muitos milhares de trabalhadores denunciaram, em Istambul, a pobreza em que vivem e exigiram o aumento do salário mínimo 
Créditos / @diskinsesi

Milhares de trabalhadores manifestaram-se, este domingo, nas ruas de Istambul, protestando contra a subida dos preços, o aumento do custo de vida e os baixos salários.

Partidos políticos de esquerda e progressistas participaram na mobilização ou expressaram o seu apoio aos trabalhadores. Entre eles estava o Partido Comunista da Turquia (TKP), que mobilizou muitos militantes.

Marchando em direcção à Praça Kartal, os trabalhadores gritaram palavras de ordem contra o governo de Recep Tayyip Erdogan e reclamaram melhores condições de vida, que, segundo defende a confederação sindical passam pelo aumento do salário das actuais 2800 liras turcas (172 euros) para 5200 (320 euros).

Ao anunciar a mobilização, no início do mês, Arzu Çerkezoğlu, dirigente do DiSK, afirmou que os trabalhadores turcos enfrentam grandes desafios para chegar ao fim do mês e acusou o Estado de os ter deixado à sua sorte para lidar com a crise económica e com as questões associadas à pandemia. «Estamos fartos e cansados de desemprego, preços altos, subida de preços e contas para pagar», disse, citada pelo portal Bianet.

O TKP mobilizou muitos militantes e simpatizantes para a manifestação em defesa de melhores condições de vida / TKP

No domingo, perante milhares de pessoas reunidas na Praça Kartal, disse: «Estão aqui os que dizem "basta" a pagar mais impostos que os seus patrões […]. Enchemos esta praça em defesa daqueles que não conseguem sobreviver, pagar a habitação.»

«Empobrecemos todos os dias, mas, segundo os homens que governam este país, está tudo bem. Apontamos o desemprego, dizemos que os nossos filhos estão desempregados, mas eles dizem-nos que o desemprego é baixo neste país. […] Nós dizemos: não gozem com os trabalhadores», clamou, citada pelo Peoples Dispatch.

Sobre a mobilização, o TKP declarou: «O nosso trabalho está a ser explorado, o nosso país está a ser saqueado. Todos os dias, mudam as etiquetas, as contas aumentam e as nossas vidas são roubadas. Temos de resistir pela nossa vida, o nosso futuro. Agora é o momento de nos erguermos!»

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