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Médicos brasileiros denunciam condições de trabalho em Unidades de Pronto Atendimento

Em Curitiba, capital do estado do Paraná, profissionais de saúde alertam para falta de pediatras e medicamentos, para mudanças de local de trabalho sem aviso prévio, bem como para situações de pressão.

Em plenário, os profissionais de saúde contratados pela Feas definiram um conjunto de reivindicações e a resolução urgente dos problemas denunciados 
Em plenário, os profissionais de saúde contratados pela Feas definiram um conjunto de reivindicações e a resolução urgente dos problemas denunciados Créditos / Brasil de Fato

Os médicos contratados pela Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde de Curitiba (Feas) e que trabalham nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do município têm vindo a denunciar a falta de condições de trabalho, que, além de impactar na saúde dos profissionais, tem trazido insegurança no atendimento à população.

Falta de pediatras, de medicamentos e insumos para crianças; assédio moral com a pressão para que os médicos realizem cada vez mais consultas em menos tempo; mudanças do local de trabalho sem aviso prévio; locais de trabalho inadequados para as consultas e interferências das chefias nas decisões clínicas dos profissionais são alguns dos problemas apontados.

Em plenário realizado pelo Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar), os profissionais de saúde contratados pela Feas definiram um conjunto de reivindicações, exigindo que os problemas sejam resolvidos de forma urgente.

As reivindicações passam, entre outros aspectos, por melhores condições de trabalho, a reposição de profissionais, a interrupção de processos de terceirização, o pagamento de insalubridade de grau máximo e a fiscalização de denúncias sobre assédio moral.

O médico Alceu Pacheco Fontana Neto, dirigente do sindicato e ligado a quatro unidades de saúde de Curitiba, no Sul do Brasil, relata que há médicos a quererem sair tendo em conta as condições de trabalho. «O que mais temos recebido de queixas é sobre assédio de chefias e número reduzido de profissionais», diz.

Faltam pediatras, medicamento e insumos

Alceu conta que, devido à sobrecarga de trabalho, muitos pediatras estão a solicitar a exoneração. «Os pediatras estão quase todos com Síndrome de Burnout [exaustão] e muitos pedindo exoneração devido ao excesso de trabalho e assédio moral. Além disso, os pediatras estão sem insumos e medicamentos adequados para as crianças», conta.

«Ainda acontece ficar apenas um pediatra para atender todas as crianças internadas ou aguardando transferência. Isso tem gerado um estresse desumano», conclui.

Durante o plenário, médicos e médicas reiteraram que também há falta de profissionais nas escalas, especialmente nas UPA, durante as noites.

Pressões e controlos

Sobre a situação de assédio moral por parte de chefias, que se repete em vários locais de trabalho, um dos médicos, que não quis ser identificado, disse: «Na UPA Pinheirinho, existe um "controlador" que fica responsável por colocar os pacientes nos boxes de atendimento e que fica controlando tempo de consulta, descanso e até de banheiro dos profissionais.»

Também acontecem trocas do local de trabalho sem aviso prévio, sem a disponibilização de transporte e por comunicações durante o horário de descanso dos médicos. 

Outra irregularidade relatada na reunião foi a interferência da coordenação das UPA (centros de saúde) no diagnóstico dos profissionais, de forma remota, excluindo pacientes da espera por vaga na central de leitos, contrariando o diagnóstico do médico do plantão que o avaliou presencialmente.

A Feas é um órgão de administração indirecta que executa e desenvolve acções do Sistema Único de Saúde (SUS; sistema público). A prestação de serviços da Feas é realizada exclusivamente pelo SUS, por meio do contrato de gestão com a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba (SME).

Em nota enviada ao Brasil de Fato Paraná, a assessoria da Feas esclareceu, entre outros aspectos, que «as escalas de pediatras nas UPA estão de acordo com o previsto pelo Ministério da Saúde», e disse ainda que «não foi informada pelas equipes sobre eventual falta de insumos, equipamentos e necessidade de padronização de novos insumos».


Com Brasil de Fato

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