|China

China rejeita sanções impostas pelos EUA à cooperação médica cubana

O Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros refutou as sanções impostas por Washington à cooperação médica de Cuba e exigiu o fim imediato do bloqueio económico contra a Ilha.

Uma delegação de mais de 200 médicos, enfermeiros e técnicos de saúde cubanos chegaram ao aeroporto 4 de Fevereiro, em Luanda, Angola, a 10 de Abril de 2020, para ajudar as autoridades locais a enfrentar a doença COVID-19 naquele país africano de expressão portuguesa. Cuba apoia a luta contra a pandemia causada pelo novo coronavírus em pelo menos 15 países no mundo
Uma delegação de mais de 200 médicos, enfermeiros e técnicos de saúde cubanos chegou a Luanda, Angola, a 10 de Abril de 2020, para ajudar as autoridades locais CréditosAmpe Rogério / Epa/Lusa

Numa conferência de imprensa em Pequim, Mao Ning, representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros, destacou que, nas últimas seis décadas, o país caribenho enviou mais de 600 mil profissionais da saúde para mais de seis dezenas de países.

Estas brigadas prestaram cuidados de saúde a mais de 230 milhões de pessoas, realizaram mais de 17 milhões de cirurgias e salvaram a vida a mais de 12 milhões de pacientes, acrescentou.

Segundo refere a Xinhua, ao abordar a questão, esta sexta-feira, Mao sublinhou o papel importante que a cooperação médica cubana no estrangeiro desempenha nos sistemas de saúde de países da América Latina, Caraíbas e África, pelo que é bem acolhida por governos e povos dos países beneficiados.

Sobre as acusações vertidas pelo departamento norte-americano que o «falcão» Marco Rubio lidera, Mao Ning disse que o «chamado trabalho forçado» se tornou «falso pretexto e um instrumento de hegemonia para os EUA pressionarem outros países».

A representante da diplomacia chinesa disse ainda que estas medidas constituem «um prolongamento e um reforço» das sanções e do bloqueio que Washington impõe a Cuba há mais de seis décadas.

«A parte chinesa opõe-se à diplomacia coerciva», afirmou Mao Ning. «Instamos os Estados Unidos a porem fim de imediato ao bloqueio e às sanções contra Cuba, sob qualquer pretexto, e tomar mais medidas que contribuam para melhorar as relações bilaterais e promover a paz e a estabilidade regionais», disse.

Ataque reiterado dos EUA à cooperação médica cubana

A declaração de Mao Ning segue-se ao anúncio recente do Departamento de Estado norte-americano relativo à imposição de restrições de vistos a funcionários governamentais de diversos países africanos, Brasil, Granada e Cuba, bem como a antigos funcionários e seus familiares da Organização Pan-Americana da Saúde, por «cumplicidade» com as brigadas médicas cubanas.

Há muito que os Estados Unidos procuram atacar a cooperação médica da Ilha – um ataque que se intensificou no segundo mandato de Donald Trump na Casa Branca.

Em Março deste ano, a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, repudiou no Parlamento a decisão do Departamento de Estado norte-americano de privar de vistos quem apoiou ou apoia o programa cubano de cooperação na saúde e disse que defender a cooperação médica cubana é uma questão de princípios.

«Sem os médicos e os enfermeiros cubanos não teríamos superado a pandemia», sublinhou a primeira-ministra barbadense, acrescentando que, se não fosse possível alcançar «um acordo razoável» e tivesse de perder o seu visto para os EUA, isso não a intimidava.

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui