Centenas de pessoas manifestaram-se pelas ruas de Sestao, Portugalete e Santurtzi, na Margem Esquerda da ria de Bilbau (Ezkerraldea), denunciando a carestia de vida e as dificuldades para chegar ao fim do mês que muitas famílias da região enfrentam, refere o portal Barakaldo Digital.
Em comunicado divulgado este sábado, dia da manifestação, as organizações promotoras vincaram a importância de defender «um futuro digno para a comarca» biscainha, onde se regista maior precariedade, dificuldade de acesso à habitação e o aumento dos despejos.
Entre os promotores contam-se vários sindicatos, como LAB, ELA, Steilas ou CNT, e organizações sociais de diversa índole: pensionistas, ecologistas, anti-imperialistas, de solidariedade com a Palestina, de mulheres e migrantes, de defesa da inclusão social e dos serviços públicos, entre outras.
Não às despesas militares, sim aos apoios sociais
Num manifesto conjunto apresentado este mês, as organizações promotoras recordam o contexto actual «em que as guerras e o belicismo se encontram no auge», bem como «o aumento generalizado das despesas militares».
Também denunciam o genocídio na Palestina e o negócio que se faz à custa dele, e o modo como «o sistema capitalista e neoliberal […] colocou no centro das suas políticas o aumento da despesa militar», com inevitáveis consequências para as condições de vida dos trabalhadores e as camadas mais pobres.
Recordando ainda que Ezkerraldea e o País Basco no seu conjunto disseram «não» à NATO no referendo de 1989, sublinham que essa reivindicação se mantém vigente, assim como a do «não às despesas militares, sim ao investimento social».
Nós, que vivemos e trabalhamos em Ezkerraldea…
Deste modo, habitantes e trabalhadores da Marquem Esquerda exigiram que as verbas que os governos querem destinar à guerra sirvam para assegurar o direito à habitação, educação e saúde universais, gratuitas e de qualidade, serviços sociais comunitários e salários e pensões dignos.
De forma reiterada, frisaram o modo como a precariedade está instalada na região, na sequência do surgimento dos mega-centros comerciais e plataformas logísticas, das privatizações e da generalização do emprego sem segurança.
Por isso, consideraram «indispensável» prosseguir o «combate ao capital» e a luta por salários e pensões. «Até atingirmos um novo quadro em que a vida digna de todas as pessoas esteja no centro de todas as decisões», afirmaram.
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