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|Palestina

Israelitas aplicam «Plano Trump» com aprovação de mais casas em colonatos

A decisão, anunciada por Netanyahu, de construir mais 5200 casas em colonatos israelitas em Jerusalém Oriental ocupada foi denunciada pelos palestinianos como a «aplicação do Plano Trump».

 Colonato na Margem Ocidental ocupada
Colonato israelita na Margem Ocidental ocupada Créditos / sputnik News

Num vídeo publicado quinta-feira pelo seu gabinete de imprensa, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que tinha «grandes notícias» para dar: a aprovação da construção de 5200 casas nos colonatos ilegais de Har Homa e Givat Hamatos.

Relativamente a Har Homa, colonato israelita construído nos anos 90 – no meio de ampla controvérsia internacional – em terras confiscadas aos habitantes palestinianos de Umm Tuba, Netanyahu disse que vão ser acrescentadas 2200 unidades habitacionais, prevendo que ali fiquem a residir 50 mil colonos israelitas.

Quanto a Givat Hamatos, as novas unidades, cuja construção o primeiro-ministro israelita autorizou, também a sul de Jerusalém, isolaria o bairro palestiniano de Beit Safafa, segundo revelam a HispanTV e a PressTV.

Por seu lado, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) informa, numa nota ontem emitida, que o anúncio destas construções se vem somar à preparação de um plano director para a construção de 9000 novas casas para colonos no antigo aeroporto de Qalandia, a norte de Jerusalém.

A organização israelita Peace Now, que se opõe aos colonatos e se dedica à monitorização das actividades com eles relacionadas na Margem Ocidental ocupada, afirmou que o projecto de Givat Hamatos constitui «um duro golpe para a solução de dois estados», uma vez que iria quebrar «a continuidade territorial entre Belém e Jerusalém Oriental».

Por seu lado, Abu Rudeineh, representante da Presidência palestiniana, declarou que a insistência de Netanyahu em construir milhares de novas casas de colonos nos territórios do Estado palestiniano se inscreve na «destruição sistemática da solução de dois estados».

Abu Rudeineh afirmou ainda que as tentativas de Netanyahu de ganhar votos aos partidos de extrema-direita, nas eleições marcadas para 2 de Março, «à custa dos direitos dos palestinianos» não levarão à paz e à estabilidade, informam o MPPM e a HispanTV.

Saeb Erekat, secretário-geral do Comité Executivo da Organização de Libertação da Palestina (OLP), também reagiu, afirmando que «os actuais anúncios de colonatos israelitas representam a aplicação do Plano Trump».

«O governo de Trump agora está em parceria com Israel, através do comité de anexação recentemente formado, com os seus novos anúncios para mais construção e expansão dos colonatos israelitas ilegais em terras pertencentes ao Estado da Palestina», disse Erekat, citado pelo MPPM, denunciando que, deste modo, se consolida a anexação de facto por Israel das terras palestinianas, bem como «a negação da nossa história, direitos e humanidade».

AR condena o chamado «Acordo do Século»

A Assembleia da República aprovou, a 6 de Fevereiro último, um voto de «Condenação do "Plano Trump" que constitui uma afronta aos direitos nacionais do povo palestiniano e ao direito internacional».


O voto, apresentado pelo grupo parlamentar do PCP, mereceu votação favorável de PS, BE, PCP, PEV e Joacine Katar Moreira; votaram contra PSD, CDS-PP, PAN e Chega (CH); absteve-se a Iniciativa Liberal (IL).

O texto da iniciativa classifica o chamado «Acordo do Século» como «uma clara afronta aos direitos nacionais do povo palestiniano, assim como ao direito internacional e ao acervo de décadas de resoluções das Nações Unidas que os reconhecem e consagram», considerando-o «um novo e mais grave patamar na ilegal ocupação e anexação de territórios palestinianos por parte de Israel».

O «Plano Trump» visa «inviabilizar, de facto, a criação do Estado da Palestina – perspectiva que deve merecer o repúdio de todos aqueles que estão comprometidos com a salvaguarda e cumprimento dos direitos nacionais do povo palestiniano e do direito internacional», defende ainda o texto.

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