|Síria

Isolado, Israel insiste que os Montes Golã são seus, «ponto final!»

Em declarações ao jornal Makor Rishon, da direita sionista, Naftali Bennett, actual primeiro-ministro israelita, anunciou a sua intenção de duplicar as dimensões dos colonatos no território militarmente ocupado.

Naftali Bennet, Primeiro-Ministro de Israel 
Naftali Bennet, Primeiro-Ministro de Israel Créditos

O objectivo final deste novo processo é de quadruplicar o número de colonos israelitas estabelecidos na região, atingindo a nova marca de 100 mil habitantes, afirmou Naftali Bennet em declarações à margem de uma conferência dinamizada pelo órgão de comunicação social Makor Rishon, a decorrer nos Montes Golã.

Nos mais de 30 colonatos construídos por Israel habitam, actualmente, cerca de 27 mil israelistas, em número igual, ou superior, ao da comunidade árabe síria, nativa, que se manteve na região após a ocupação militar da zona, em 1967.

Os Montes Golã foram invadidos nesse período, tendo sido, mais tarde, anexados por Israel (1981), num processo rejeitado, e considerado ilegal, pela comunidade internacional. Os EUA, no mandato de Donald Trump, tornaram-se no primeiro país a reconhecer a legitimidade da anexação militar dessa zona, compromisso reafirmado pelo governo democrata de Joe Biden.

A justificação para este significativo reforço da população está numa suposta ameaça do Irão, «que estará a tentar estabelecer um exército na fronteira com a Síria». Por enquanto, não há sinal da existência desta famigerada tropa beligerante, aparentando não ser mais do que uma cortina de fumo para Israel reforçar a sua ocupação militar ilegal daquele local.

Este anúncio surge poucos dias depois de um ataque, perpetrado por Israel, via bombardeamento, a uma base aérea síria, em que morreram duas pessoas e várias ficaram feridas. Desde 2011, as forças militares Israelitas atacaram, com mísseis, centenas de alvos na Síria, assassinando milhares de pessoas e destruíndo vários importantes equipamentos do país.

A ONU voltou, em Dezembro de 2020, a reconhecer a soberania da Síria sobre a totalidade dos Montes Golã, com apenas nove votos contra de países como Israel, Estados Unidos da América, Reino Unido, Micronésia, Palau e Ilhas Marshall.

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