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|Grécia

Gregos manifestam-se contra a nova reforma das pensões

No âmbito de uma greve de 24 horas no sector público, milhares de trabalhadores mobilizaram-se em dezenas de cidades, esta terça-feira, contra a reforma das pensões do governo de Kyriakos Mitsotakis.

Manifestantes desfilam no centro de Atenas entoando palavras de ordem contra a proposta de reforma de pensões apresentada pelo governo grego, a 18 de Fevereiro de 2020, enquanto decorre uma greve nacional de 24 horas na administração pública
Manifestantes desfilam no centro de Atenas entoando palavras de ordem contra a proposta de reforma de pensões apresentada pelo governo grego, a 18 de Fevereiro de 2020, enquanto decorre uma greve nacional de 24 horas na administração pública CréditosEPA/KOSTAS TSIRONIS / LUSA

Convocada pela Confederação dos Sindicatos de Funcionários Públicos (ADEDY), a Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME) e o Centro de Sindicatos de Atenas (EKA), entre outras organizações sindicais, a greve de 24 horas contra o projecto de lei de reforma das pensões proposto pelo actual governo paralisou os transportes públicos em Atenas (autocarros, metro, comboios), bem como os comboios intercidades e os barcos de passageiros.

Os sindicatos entendem que o projecto de lei constitui um ataque ao sistema público de Segurança Social, implicando mais cortes nas pensões de reforma – que foram sendo desbastadas com os chamados programas de resgate a que o país helénico recorreu desde 2010.

ADEDY e PAME promoveram manifestações em vários pontos do país, sendo as maiores em Atenas e Salónica. A Confederação alertou em comunicado que «o projecto de lei é praticamente a continuação das leis de austeridade que foram aprovadas no período 2010-2019 e que tiveram como consequência os cortes nas pensões».

Por seu lado, ao discursar na manifestação em Atenas, que reuniu milhares de pessoas, Nikos Mavrokefalos, da PAME, afirmou que a Frente «vai continuar a lutar [contra estas medidas] enquanto for necessário».

«Corte após corte», aumento da idade da reforma

A Grécia esteve sujeita às imposições da troika desde 2010 e, apesar das expectativas criadas quando da vitória eleitoral do Syriza em Janeiro de 2015, o governo que liderou não inverteu a política de cortes na despesa pública e de retirada de direitos aos trabalhadores.

Agora, os ministros do governo da Nova Democracia (direita) afirmam que, com esta reforma, o sistema se torna viável até 2070 e que, inclusive, alguns trabalhadores vão ver aumentadas as suas pensões. No entanto, os sindicatos afirmam que, nesses casos, os trabalhadores jamais são compensados pelos cortes nos redimentos que sofreram no «período da austeridade».

Afirmam, além disso, que este projecto é uma tentativa mal disfarçada de levar o sistema público para fundos de pensões privados e acusam os governantes de não cumprirem a promessa de pôr fim aos cortes impostos pela troika, informa a Reuters.

Nas manifestações, a tónica dominante foi a preocupação, acompanhada pela consciência da necessidade de lutar pelos direitos. «Tem sido corte após corte nos últimos anos. Estamos a fazer greve porque queremos pensões que nos permitam viver», disse à Reuters Dimitris Volis, trabalhador numa empresa de ferries do Pireu, o porto de Atenas.

«Trabalho desde os 17 anos e estão a dizer-me que não me posso reformar antes dos 67. Será que vou aguentar até lá?», disse Nectaria, mãe solteira de 48 anos, que trabalha como empregada de limpeza.

Por seu lado, Rania Papayeoryiu, funcionária pública de 56 anos, disse à TeleSur: «Tanto para mim, que já trabalho há vários anos, como para os meus filhos, que procuram trabalho, a reforma significa o desaparecimento do sistema público de Segurança Social. Nem saúde, nem pensões.»

«Não há uma pensão garantida, mas uma quantia mínima de cerca de 300 euros, que vai diminuindo. A idade de reforma passou dos 60 anos, 55 no caso das mulheres, para os 67 anos e vai a caminho dos 70», lamentou.

Sobre o projecto de lei que deve começar a ser debatido esta semana, o deputado conservador Christos Tarantilis disse que se trata de «um passo decisivo na aproximação às boas práticas de outros países europeus».

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