Trabalhadores filiados na Federação de Docentes Universitários (Conadu), na Conadu Histórica, na Confederação dos Trabalhadores da Educação (Ctera) e noutras organizações sindicais concretizaram esta terça-feira o primeiro de três dias consecutivos de protesto anunciados.
Em Buenos Aires, os trabalhadores concentraram-se ontem frente ao Palácio Pizzurno, também conhecido como Sarmiento e que é a sede da Secretaria da Educação, para ali entregar um documento a exigir negociações.
A este respeito, destacaram a importância de o governo de Milei se sentar à mesa das negociações com os trabalhadores docentes e não docentes das universidades, «já que apenas nos convoca para nos comunicar supostos aumentos definidos de forma unilateral e sem qualquer ralação com a enorme desvalorização salarial que o sector tem vindo a sofrer».
Num comunicado recente, a Frente Sindical de Universidades Nacionais anunciou o aprofundamento do seu plano de luta com três dias de «visibilização do conflito» (25, 26 e 27 de Junho), através de acções por todo o país austral.
«O conflito universitário agudiza-se. Não há universidade de qualidade sem salários dignos», disse a Frente na declaração pública que confirmou a continuidade da luta, depois da Marcha Federal Universitária, que teve lugar a 23 de Abril, e da greve de 48 horas, com grande adesão, levada a cabo a 11 e 12 de Junho.
Neste sentido, a frente sindical critica a decisão do executivo de Milei de adiar uma resposta à «grande crise salarial dos docentes e não docentes», e sublinha que a «situação universitária não se resolve apenas aumentando as despesas de funcionamento (10% do orçamento total)».
Além da falta de valorização salarial de trabalhadores docentes e não docentes, apontam ainda a questão das bolsas, na medida em que «permitem aos estudantes manter-se na universidade e formar-se», refere o portal universidadeshoy.com.ar.
Por seu lado, a Conadu denuncia que o conflito universitário nacional prossegue devido à decisão do governo de congelar 90% do orçamento, correspondente «aos salários de quem trabalha nas universidades».
«Sem salários dignos e com 60% dos trabalhadores docentes abaixo da linha da pobreza não há universidade pública possível», declara no seu portal.
Valorizando a resposta dos trabalhadores às greves convocadas, a organização sindical criticou ainda o Ministério do Capital Humano, liderado por Sandra Pettovello, pela «crueldade e incompetência» manifestadas no «escandaloso tratamento» da questão da distribuição de alimentos aos refeitórios populares.
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