As forças de ocupação mataram um palestiniano e feriram vários outros durante os fortes confrontos que se seguiram, ontem, à incursão na aldeia de Halhul, perto de al-Khalil (Hebron), no Sul da Cisjordânia.
Segundo revela a agência WAFA, os soldados israelitas entraram em Halhul em grande número, bloquearam a rua principal e entraram numa loja de câmbio, que revistaram, tendo sido confrontados pela população.
Registaram-se intensos confrontos, com as forças de ocupação a dispararem fogo real, balas de aço revestidas de borracha, latas de gás lacrimogéneo e granadas atordoantes contra os residentes.
Em comunicado, o Ministério palestiniano da Saúde informou que Abu Ayhour foi atingido no abdómen e que, apesar dos esforços do pessoal médico, não foi possível mantê-lo com vida.
Revelou ainda que outros cinco palestinianos ficaram feridos – três dos quais por disparos de fogo real –, tendo sido todos transportados para um hospital.
Quinto palestiniano morto por forças israelitas em Junho
No dia 2 de Junho, os soldados israelitas mataram a tiro Odeh Mohammad Odeh, de 17 anos, na aldeia de al-Midya, nas imediações de Ramallah.
Nesse mesmo dia, o ex-preso Ayman Muhaisen, de 29 anos, foi morto num raide ao campo de refugiados de Dheisheh, a sul de Belém.
Na noite anterior, os militares israelitas entraram na aldeia de Yabad, junto à cidade de Jenin (Norte da Cisjordânia ocupada), onde mataram um palestiniano e feriram outros seis.
O Ministério palestiniano da Saúde revelou então que Bilal Kabha, de 24 anos, deu entrada num hospital de Jenin em estado crítico, depois de ser atingido por vários disparos na coxa e no peito.
Também a 1 de Junho, as forças israelitas mataram a tiro a jornalista Ghufran Harun Warasneh, de 31 anos, quando se dirigia para o seu novo emprego numa rede mediática local, na cidade al-Khalil (Hebron).
Warasneh foi atingida no peito nas imediações do campo de refugiados de al-Arroub e foi dada como morta no hospital, referiu o Ministério da Saúde. Os militares israelitas alegaram que ela tinha avançado para eles com uma faca.
De acordo com uma organização de familiares de palestinianos mortos por Israel, desde o início do ano as forças israelitas mataram 70 palestinianos nos territórios ocupados, incluindo 13 menores.
Autoridades palestinianas denunciam «execuções extra-judiciais»
Na semana passada, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros afirmou em comunicado que «perante este crime horrível, que será acrescentado ao registo criminal da ocupação, exigimos à comunidade internacional que intervenha imediatamente para acabar com as execuções extra-judiciais que têm como alvo os palestinianos nas ruas e nos postos de controlo».
Por seu lado, o primeiro-ministro palestiniano, Mohammed Shtayyeh, responsabilizou Naftali Bennett, primeiro-ministro israelita, pelas mortes, afirmando que se trata da «operação de matança sistemática», levada a cabo pelos soldados israelitas, «com autorização de Bennett», revelou a WAFA.
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