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EUA e Reino Unido são «obstáculos à paz» no Iémen

Washington e Londres têm perturbado as negociações de paz, revelam fontes em Saná a um diário libanês, que se refere a pressões externas, ao «interesse israelita» e às divergências emiradenses e sauditas.

Presos iemenitas libertados, à chegada ao aeroporto de Saná, em Abril de 2023 
Presos iemenitas libertados, à chegada ao aeroporto de Saná, em Abril de 2023 CréditosHani Mohammed / Al Mayadeen

«Washington e Londres estão a perturbar activamente as negociações políticas iemenitas-sauditas», escreve o diário Al-Akhbar na sua edição de ontem.

De acordo com o periódico libanês, EUA e Reino Unido estão a tentar «obstruir todos os esforços que podiam conduzir à paz e colocam entre as suas primeiras considerações o interesse de Israel».

Este «interesse israelita» é a razão pela qual a Arábia Saudita tem estado a «adiar» os acordos que fez com Saná, que incluem o levantamento de todos os bloqueios e o pagamento dos salários aos funcionários, revela o jornal.

Isto, em conjunto com o envolvimento norte-americano e britânico, visa manter o Iémen num «estado sem guerra, mas sem paz».

«Os líderes políticos no Iémen sabem desde o início que… Riade é incapaz de cumprir os termos do acordo e… acabar com as repercussões da guerra devido aos interesses regionais divergentes», disseram as fontes que o periódico cita, acrescentando que, «por mais que concordem em minar a independência e soberania do Iémen», os membros da coligação «estão em conflito uns com os outros».

Neste sentido, explica que os interesses sauditas divergem hoje bastante dos dos Emirados Árabes Unidos, das potências ocidentais e de Israel.

De acordo com Al-Akhbar, a Arábia Saudita – que liderou a brutal guerra de agressão contra o vizinho do Sul desde Março de 2015 – está interessada em acabar a guerra e em sair do «pântano iemenita».

Já os Emirados Árabes Unidos pretendem manter a ocupação dos portos e campos petrolíferos do Iémen, bem como a ocupação das vias fluviais e, em particular, das ilhas, nomeadamente o arquipélago de Socotra, onde os emiradenses têm vindo a trabalhar com Israel para as transformar em centros conjuntos militares e de inteligência.

Isto está em linha com os interesses norte-americano e israelita em aumentar a sua influência no Mar Vermelho, sendo que Israel, segundo o periódico, está particularmente interessado no Estreito de Bab al-Mandab, que considera uma «artéria vital» para o comércio com o Oriente e um elemento central para fazer alastrar a sua influência no Corno de África.

Além disso, refere a publicação, os serviços de segurança israelitas manifestam preocupação com a capacidade do movimento Ansarullah para atingir Israel com mísseis.

Em várias ocasiões, o Conselho Supremo Político do Iémen acusou os EUA e o Reino Unido de fomentarem a guerra de agressão contra o país.

Esta semana, os dirigentes Hutis, que acusaram Washington de «ter obstruído a paz em diferentes períodos», afirmaram que os norte-americanos «estão a minar os esforços da mediação de Omã para pôr fim à agressão».

Segundo refere a cadeia iemenita al-Masirah, nos últimos tempos, as visitas de enviados norte-americanos a zonas ocupadas do Iémen e a Riade intensificaram-se, com o intuito de «abortar» a aproximação entre Riade e Saná.

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