Os protestos que ontem reuniram cerca de 5000 manifestantes em Atenas e mil em Salónica, de acordo com a Associated Press, dão sequência aos realizados noutras quintas-feiras, em que milhares de estudantes, professores, representantes sindicais e pais deixaram clara a sua oposição ao controverso projecto de lei promovido pelo governo de direita.
Em simultâneo, os manifestantes exigem a reabertura de todos os espaços de ensino, com a aplicação das devidas medidas de segurança sanitária. Neste momento, as universidades só funcionam por via do ensino à distância.
Com a criação de uma força com funções policiais para controlar os campus universitários, deitando por terra uma norma em vigor há décadas que bania a Polícia desses espaços, o governo da Nova Democracia argumenta que a proibição foi explorada com frequência para organizar protestos violentos e, inclusive, actividades criminosas.
Esta nova força seria, segundo o projecto de lei, composta por guardas não armados, com funções similares às da Polícia, com capacidade para deter e acusar, bem como para chamar a Polícia de Intervenção.
Os estudantes universitários gregos sublinham que o projecto de lei ataca a liberdade de expressão nas universidades, impõe medidas disciplinares, permite a vigilância nos campus e considera qualquer expressão de actividade política como uma ofensa.
Organizações estudantis, associações de pais, centrais sindicais, como a Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME), a Juventude Comunista da Grécia (KNE), o Partido Comunista da Grécia (KKE) e outras forças progressistas têm criticado fortemente a medida avançada pelo governo, que deve ser votada na próxima semana.
Os comunistas gregos, indica o Peoples Dispatch, têm denunciado abertamente este projecto como um esquema da direita para subjugar a liberdade de expressão no espaço das universidades.
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