Com o lema «Desde a Ulloa até à ria, terra, água e ar são vida! Altri Não!», mais de 20 mil pessoas manifestaram-se, este domingo, em Palas de Rei (A Ulloa) para dizer «não» ao projecto de macro-celulose que a empresa portuguesa Altri pretende instalar na localidade, refere o diário Nós.
De acordo com a imprensa, a Altri quer produzir na Galiza cerca de 400 mil toneladas de celulose solúvel e 200 mil de fibra têxtil vegetal – um projecto que é contestado como «depredador» pela plataforma Ulloa Viva, organizações sociais, sindicatos e ambientalistas.
A Confederação Intersindical Galega (CIG) participou na mobilização com uma faixa própria, em que se podia ler «Na defesa da nossa terra, Altri NÃO», rejeitando este modelo de indústria e o facto de o governo da Xunta o declarar como de utilidade pública e estratégico.
Paulo Carril, secretário-geral da CIG, denunciou que se trata de um «modelo depredador dos nossos recursos naturais, com grave impacto ambiental, social e económico». Apelou ainda à intensificação da mobilização social contra um projecto a que se têm oposto organizações dos mais diversos âmbitos.
«Modelo depredador» de recursos e com altíssimos impactos no território
No decorrer da mobilização, Carril lembrou que a CIG solicitou à Xunta da Galiza que fizesse uma apreciação negativa do projecto, tendo em conta que as duas fábricas previstas da Altri (de celulose solúvel e fibra têxtil) vão requerer grandes quantidades de água, energia e eucaliptos.
Isto – insistiu – constitui um modelo industrial depredador dos recursos da Galiza, com altíssimos impactos no território e que põem em sério risco a continuidade de outros sectores produtivos e actividades económicas.
O dirigente sindical disse ainda que se pretende avançar com este macro-projecto num contexto – atestado pelas universidades galegas – de desaparecimento de superfície agrária útil a favor de mais território dedicado à actividade florestal ligada ao eucalipto.
«Estamos perante um projecto contrário a um monte galego com futuro, que deveria assentar, entre outros pilares, em aproveitamentos florestais que realmente apostem na criação de emprego digno, na sustentabilidade económica e social e na compatibilidade com outras actividades agrárias», afirmou, citado pelo portal da central sindical.
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