Li Qiang fez este apelo ao intervir na 26.ª Cimeira ASEAN Mais Três, que inclui os dez estados-membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e a China, o Japão e a República da Coreia.
Referindo-se a este mecanismo de cooperação «10+3», Li disse que passou por «múltiplas crises e testes» nas últimas duas décadas, mas que também «desempenhou um papel importante na promoção do desenvolvimento e da prosperidade regional».
«Quanto mais difícil for, mais nós devemos procurar a solidariedade e a cooperação», sublinhou, citado pelo China Daily.
Notando que os países envolvidos no mecanismo de cooperação têm interesses e oportunidades comuns, Li destacou a importância de procurarem pontos comuns, ao mesmo tempo que põem de parte as diferenças e consolidam de forma contínua os fundamentos para a cooperação.
Num contexto mundial marcado por turbulência e mudanças, em que o esforço de desenvolvimento enfrenta enormes desafios, o primeiro-ministro chinês salientou a necessidade de se «dar prioridade ao desenvolvimento na cooperação regional, de eliminar várias perturbações, de explorar o potencial de cooperação e do esforço para explorar uma via de desenvolvimento mais estável, vibrante e inclusiva», indica a fonte.
Neste sentido, o governante chinês manifestou a disponibilidade do seu país para trabalhar com todas as partes para aproveitar a implementação do novo Plano de Trabalho de Cooperação ASEAN Mais Três, encarando-o como oportunidade para «promover a conectividade e a integração económica regional», bem como para «reforçar parcerias na inovação e na economia digital, fortalecer o desenvolvimento sustentável e os esforços de diminuição da pobreza».
No mesmo sentido, o primeiro-ministro da China sublinhou a importância de os países «tirarem partido da proximidade geográfica e da complementaridade económica para optimizar e actualizar as cadeias industriais e de abastecimento na região».
Na cimeira especial que celebrou os 30 anos de diálogo entre a China e a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), as partes decidiram avançar para uma parceria estratégica integral. O encontro, realizado esta segunda-feira por vídeo, foi presidido pelo sultão do Brunei, Haji Hassanal Bolkiah, em representação da ASEAN, e pelo presidente chinês, Xi Jinping. Este último anunciou a «actualização» das relações de diálogo entre a China e o bloco de países do Sudeste da Ásia por via do estabelecimento de uma parceria estratégica integral. Classificando-a como «um novo marco» na história das relações entre estes países, disse que a iniciativa irá dar «um novo ímpeto à paz, à estabilidade, à prosperidade e ao desenvolvimento na região e no mundo», indica a agência Xinhua. Ao discursar na cimeira, o chefe de Estado chinês sublinhou o «trajecto extraordinário» que as relações de diálogo entre China e ASEAN fizeram nas últimas três décadas e apontou as quatro grandes «experiências adquiridas» nesse percurso: respeito mútuo, cooperação mutuamente benéfica, ajuda e inclusão. De acordo com Xi Jinping, ambos os lados acolheram as principais preocupações do outro, abordaram adequadamente as divergências e problemas procurando um terreno comum, assumiram a liderança ao criarem áreas de livre comércio e promoveram a cooperação económica, refere a Xinhua. «A China foi, é e será sempre um bom vizinho, bom amigo e bom parceiro da ASEAN», disse Xi, que fez questão de destacar a prioridade e o apoio que este bloco merece da parte de Pequim. De acordo com o presidente chinês, os grandes avanços na cooperação bilateral ficam-se a dever à proximidade geográfica e à afinidade cultural e, mais ainda, ao facto de ambas as partes terem abraçado activamente a tendência de desenvolvimento dos tempos e terem feito a escolha histórica certa, informa a CGTN. Desde que China e ASEAN (integrada por Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Singapura, Tailândia e Vietname) estabeleceram relações de diálogo, em 1991, o volume de negócios entre ambos aumentou 85 vezes. Em 2020, a China era o principal parceiro comercial da ASEAN há 12 anos consecutivos; nesse ano, pela primeira vez, a ASEAN tornou-se o maior parceiro comercial da China. Na primeira metade deste ano, o comércio bilateral entre o bloco asiático e a China continuou a expandir-se, registando um aumento de 38,2% por comparação com 2020. O investimento mútuo, em Junho de 2021, superava os 310 mil milhões de dólares. O presidente chinês apresentou diversas propostas no sentido de que as partes avancem para uma comunidade China-ASEAN, com «um futuro partilhado» e tornando a região e o mundo «mais prósperos». Defendendo a paz e a estabilidade, e vincando a oposição de Pequim à visão hegemónica do mundo e ao acosso das grandes potências aos países mais pequenos, Xi afirmou que a China apoia os esforços da ASEAN para construir uma zona livre de armas nucleares e que está preparada para assinar o Protocolo do Tratado sobre a Zona Livre de Armas Nucleares no Sudeste Asiático. Ainda com vista à defesa da paz e da estabilidade regionais, informa a CGTN, o chefe de Estado apelou ao diálogo em vez do confronto, à criação de parcerias e aos esforços concertados para lidar com as potenciais ameaças à paz. «Os esforços conjuntos são necessários para salvaguardar a estabilidade no Mar do Sul da China e torná-lo um mar de paz, estabilidade, amizade e cooperação», disse. Xi anunciou ainda que a China irá entregar à ASEAN 1,5 mil milhões de dólares, nos próximos três anos, para ajudar os países-membros a lutar contra a Covid-19 e a fazer frente ao impacto económico da pandemia. A China, que até Outubro último tinha entregado aos países da ASEAN 300 milhões de doses de vacinas contra a Covid, além de material médico, propôs a criação de um «escudo sanitário» para a região e anunciou que irá doar mais 150 milhões de doses de vacinas e contribuir com cinco milhões de dólares para o fundo de resposta à Covid-19 da ASEAN. O presidente chinês afirmou que ambas as partes podem intensificar os intercâmbios ao nível das energias limpas. Também defendeu a retoma do fluxo de pessoas, num quadro pós-Covid-19, para promover áreas como a cultura e o turismo, para, dessa forma, aprofundar as trocas interpessoais e o conhecimento dos povos e das civilizações. Neste contexto, Xi anunciou que o seu país vai avançar na cooperação com a ASEAN ao nível da Educação e do reconhecimento mútuo de diplomas, promovendo um maior intercâmbio de estudantes e lançando o Programa de Melhoria da Ciência, Tecnologia e Inovação China-ASEAN, que irá apoiar 300 jovens cientistas dos países do bloco do Sudeste Asiático. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
China e países do Sudeste Asiático aprofundam laços de cooperação
Cooperação económica crescente
Defesa da paz e da estabilidade
Enfrentar o impacto da pandemia e intensificar trocas a vários níveis
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Segundo refere o China Daily, o responsável chinês aproveitou também o encontro na capital indonésia para reafirmar a posição da China sobre as descargas de águas contaminadas da central nuclear de Fukushima, no Japão.
Assim, defendeu que essas descargas afectam o ambiente ecológico marinho global e a saúde pública, e que «o Japão deve cumprir fielmente as suas obrigações internacionais e empenhar-se em consultas aprofundadas com os países vizinhos e outras partes interessadas com o intuito de lidar com a questão de forma responsável».
A 26.ª Cimeira ASEAN Mais Três (mecanismo conhecido pela sigla APT, do inglês «ASEAN Plus Three») é um de vários eventos que nestes dias têm tido lugar em Jacarta, associados à 43.ª Cimeira da ASEAN, cuja Sessão Plenária decorreu a 5 de Setembro.
Dez países integram actualmente a Associação de Nações do Sudeste Asiático: Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Myanmar, Singapura, Tailândia e Vietname.
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