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Apelo à cooperação reforçada na 46.ª Cimeira da Asean

O primeiro-ministro malaio, Anwar Ibrahim, exortou os países-membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) a fortalecer a integração e dar uma resposta colectiva aos desafios actuais.

A 46.ª Cimeira da Asean decorre em Kuala Lumpur (Malásia) Créditos / TeleSur

Na cerimónia de abertura da sessão plenária da cimeira, esta segunda-feira, Anwar Ibrahim destacou a necessidade de forjar uma frente comum para responder às perturbações económicas e comerciais, num momento de tensão geopolítica e fragilidade do sistema multilateral, e tendo em conta a complexidade dos acontecimentos a nível mundial.

A Malásia assume em 2025 a presidência da Asean, organização de que também fazem parte Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Myanmar, Singapura, Tailândia e Vietname, cujos governantes participam nesta 46.ª Cimeira, em Kuala Lumpur.

«A nossa paz, estabilidade e prosperidade dependeram muitas vezes de uma ordem internacional aberta, inclusiva e assente em normas. Estas bases estão a ser desmanteladas sob a força da arbitrariedade», afirmou Anwar, citado pela TeleSur.

O primeiro-ministro malaio alertou para uma mudança na ordem geopolítica e no sistema comercial mundial, bem como para o ressurgimento do proteccionismo, com o recente aumento unilateral das tarifas alfandegárias por parte dos EUA.

«O proteccionismo ressurge à medida que assistimos ao desmoronamento do multilateralismo», observou.

Neste contexto, insistiu na necessidade de uma Asean mais coesa e resistente, capaz de defender os interesses comuns e de não perder de vista a agenda do desenvolvimento sustentável e equitativo.

Anwar destacou também a rápida resposta do bloco regional na abordagem às tarifas norte-americanas por via da criação do Grupo de Trabalho sobre Geoeconomia, e sublinhou a convicção existente no seio dos membros da Asean de que são capazes de forjar o seu próprio futuro.

Um dos elementos em destaque neste encontro é a realização da primeira cimeira tripartida entre a Asean, a China e o Conselho de Países do Golfo (CCG), uma iniciativa que o primeiro-ministro malaio classificou como fundamental para o reforço dos laços com parceiros estratégicos e como demonstração de boa vontade, no meio da crescente concorrência a nível mundial.

«A cimeira trilateral reflecte a remodelação bem-sucedida da matriz da associação, que expõe a actual realidade multipolar. Simboliza o poder de coesão dos blocos regionais, o que terá, sem dúvida, um impacto positivo em todo o mundo», declarou.

No entender do governante malaio, preservar o sistema multilateral é um dever acima de tudo, bem como assegurar que o modelo geoeconómico Asean-CCG-China continua a desempenhar um papel significativo na criação de um futuro próspero, inclusivo e sustentável.

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