Mensagem de erro

User warning: The following module is missing from the file system: standard. For information about how to fix this, see the documentation page. in _drupal_trigger_error_with_delayed_logging() (line 1143 of /home/abrilabril/public_html/includes/bootstrap.inc).

|Espanha

Em Espanha, virou moda «ameaçar» com o 155.º

Com o governo de Rajoy a deixar claro que vai suspender «de facto» a autonomia catalã, nos últimos dias dirigentes «populares» têm deixado a pairar, de forma mais ou menos velada, a ameaça do artigo 155.º em diversos pontos do Estado espanhol.

Alfonso Alonso, presidente do PP no País Basco, aplaudido por Mariano Rajoy após um comício eleitoral
Alfonso Alonso, presidente do PP no País Basco, aplaudido por Mariano Rajoy após um comício eleitoralCréditos / El Confidencial

A aplicação do artigo 155.º da Constituição espanhola permite à administração central assumir o controlo parcial ou total de qualquer uma das suas 17 regiões autónomas, no caso de estas não cumprirem as suas obrigações ou actuarem gravemente contra o interesse geral de Espanha.

Recentemente, o governo de Mariano Rajoy deixou claro que vai avançar com a aplicação do artigo referido, tomando um conjunto de medidas que, pese embora aquilo que diz, põem em causa a autonomia da Catalunha – território que pretende tornar-se independente de Espanha.

Até hoje, a ameaça só tinha pairado uma vez sobre uma região autónoma – as Canárias, em 1989, por questões do foro fiscal. Mas houve negociações e acordo entre o governo central e autonómico, não tendo o artigo sido aplicado.

Em Navarra

Contudo, está tornar-se frequente que representantes do Partido Popular se refiram ao artigo 155.º em contextos que lhes são desfavoráveis, os contrariam, como aconteceu esta segunda-feira em Navarra.

Numa declaração institucional promovida pelos partidos que sustentam o governo navarro, considera-se «inaceitável e inadmissível» que «o governo de Espanha do PP, apoiado pela monarquia, e acompanhado pelo PSOE e o Ciudadanos, bem como pela UPN [União do Povo Navarro, partido regional e conservador], intervenha no governo autonómico da Catalunha», pondo em marcha a aplicação do artigo 155.º da Constituição espanhola.

Ana Beltrán, presidente do Partido Popular (PP) em Navarra, classificou a declaração como uma «infâmia» e disse que o governo foral, com a presidente Uxue Barkos (Geroa Bai) à cabeça, «quer que Navarra desapareça e se torne uma província do País Basco», indica o La Vanguardia.

Beltrán, que no dia 1 de Outubro agradeceu à Guarda Civil e à Polícia Nacional espanhola pelas suas intervenções na Catalunha, evitando assim que «os independentistas levassem a sua avante», acabou por deixar a nota, clara, também na sua conta de Twitter: «A actuação do Govern na Catalunha pode extrapolar-se para Navarra: ambos os governos pretendem que uma minoria esmague uma maioria não nacionalista.»

Em Euskadi

Ainda a Norte, Alfonso Alonso, presidente do Partido Popular no País Basco e ex-ministro da Saúde, apontou este domingo, em São Sebastião (Donostia), que Euskadi tem os «ingredientes» necessários para se chegar a uma situação como a que se vive na Catalunha: nacionalismo, forças radicais «que justificam a violência», populistas e uma plataforma que é um «embrião de uma Assembleia Nacional Basca».

O dirigente do PP – um partido com gente sempre loquaz sobre os «violentos» do País Basco, mas bastante mais silenciosa a abordar negócios de armas de milhões com as petro-ditaduras do Golfo – considera que, unidos os «ingredientes», Euskadi caminharia para a mesma situação da Catalunha; logo, para «desafios e perigos», alertou, ainda segundo o La Vanguardia.

Em Castela-Mancha

Na quarta-feira, o delegado do governo espanhol em Castela-Mancha, José Julián Gregorio (PP), foi ainda mais directo na ameaça, ao afirmar que o presidente do governo autonómico, García-Page (PSOE), «está a pedir aos gritos que se aplique o artigo 155.º para que seja o Estado a corrigir o trabalho do governo PSOE-Podemos».

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui