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Dirigente indígena assassinado na Colômbia

De acordo com o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), nos primeiros 24 dias do ano foram mortos dez dirigentes sociais no país sul-americano.

O departamento do Cauca continua a ser um dos mais violentos da Colômbia, registando-se ali inúmeros ataques a dirigentes sociais, defensores dos direitos humanos e membros dos povos originários
Os povos originários são alvo de grande violência no departamento do Cauca (imagem de arquivo) Créditos / Semana

O Indepaz, que confirmou o assassinato, esta segunda-feira, do dirigente e guarda indígena José Albeiro Camayo Güetio, referiu na sua conta de Twitter que, em 2022, foram mortos na Colômbia dez dirigentes sociais e defensores dos direitos humanos. Desde a assinatura do acordo de paz, em Novembro de 2016, foram assassinados 1296.

Em comunicado, o Tejido de Defensa de la Vida y los Derechos Humanos Cxhab Wala Kiwe, da Associação de Cabildos Indígenas do Norte do Cauca (ACIN), revelou que o ex-coordenador regional da guarda indígena do território ancestral Las Delicias, no município de Buenos Aires (departamento do Cauca), foi morto num ataque perpetrado por um grupo autodenominado Columna Móvil Jaime Martínez.

A ACIN explica que homens armados dessa estrutura chegaram a obrigar a comunidade a participar em reuniões, e, nesse contexto, as autoridades indígenas exigiram-lhes respeito pela população e decidiram expulsá-los do território.

«Como resposta, os armados fizeram acusações contra as autoridades, a guarda e a comunidade, ameaçando directamente os comuneiros e intimidando-os com armas de fogo», refere a ACIN no texto.

Mais tarde, os membros do grupo armado começaram a disparar contra a comunidade reunida e mataram o dirigente e guarda Nasa, revela a Associação, que pede às comunidades indígenas do Cauca que estejam alerta.

Uma espiral de violência contínua

De acordo com os dados do Indepaz, a situação de violência na Colômbia não dá mostras de abrandamento no novo ano, bem pelo contrário. Nos primeiros 24 dias de 2022, foram ainda registados dez massacres no país andino-amazónico, com um saldo de 29 vítimas mortais.

Em 2021, a organização não governamental contabilizou 171 assassinatos de dirigentes sociais e 96 massacres (338 vítimas mortais). O Indepaz utiliza o termo na acepção estabelecida pelas Nações Unidas: existe um massacre «quando três ou mais pessoas são assassinadas no mesmo local e momento e pelo mesmo presumível perpetrador».

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