«A Polícia de Israel não vai permitir qualquer tentativa de violação da paz pública ou de incitação à violência, e será severa com quem o tentar fazer», referia nota da polícia do Estado de Israel, horas depois da detenção de quatro antigos deputados do Knesset, o parlamento israelita.
O presidente do Balad, partido progressista árabe, Sami Abou Shahadeh, uma antiga deputada desse partido, Hanin Zoabi, o antigo presidente do Balad, Mtanes Shihadeh e o antigo deputado do Hadash e dirigente do Partido Comunista de Israel, Mohammad Barakeh, foram detidos na quinta-feira, enquanto se deslocavam para um protesto em Nazaré, onde se ia realizar uma acção pacífica contra a ocupação da Palestina. Foram libertados depois de várias horas retidos numa esquadra.
Mohammad Barakeh é, actualmente, presidente do Comité High Follow-Up, uma organização que representa os árabes a viver em Israel, a nível nacional.
As forças policiais israelitas agiram sem que se tenha registado qualquer incidente, antes até que os detidos se tivessem juntado aos protestos. A repressão exercida em Israel contra a oposição tem-se agravado nas últimas semanas: Ofer Cassif, actual deputado do Knesset do Partido Comunista de Israel (PCI) foi suspenso das suas funções parlamentares durante 45 dias.
O Hadash, coligação que junta o PCI e vários grupos de esquerda, com 5 deputados no Knesset, considera que se tratou de «um ataque do governo de Ben Gvir/Netanyahu à liderança árabe», um ataque extensível «a toda a população árabe» israelita. O objetivo, defendem, é «provocar tensões entre judeus e árabes e silenciar as vozes que apelam à paz e ao fim da guerra».
A acção policial que levou à sua detenção, afirmou Barakeh, em declarações recolhidas pelo Times of Israel, parecia uma operação especial. «Querem suprimir as nossas vozes e nós não o vamos permitir. Aqueles que querem começar uma guerra contra nós devem saber que estas medidas não nos farão mudar de posição».
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