Mensagem de erro

User warning: The following module is missing from the file system: standard. For information about how to fix this, see the documentation page. in _drupal_trigger_error_with_delayed_logging() (line 1143 of /home/abrilabril/public_html/includes/bootstrap.inc).

|equador

Depois da derrota, Lasso quer «acordo nacional» no Equador

O apelo do presidente equatoriano a um «acordo nacional» para resolver os problemas do país não está a ser bem visto por agentes políticos, depois da derrota do executivo e da direita nas urnas.

As eleições regionais e o referendo não correrram bem a Guillermo Lasso, presidente do Equador 
As eleições regionais e o referendo não correrram bem a Guillermo Lasso, presidente do Equador Créditos / Prensa Latina

Guillermo Lasso, que viu os equatorianos dizerem «não» às oito emendas constitucionais por ele propostas, pediu «unidade e reconciliação» numa mensagem transmitida pela TV.

Em declarações à Radio Pichincha, o ex-presidente Rafael Correa mostrou-se contrário a esse «grande acordo nacional» e disse que, depois das derrotas sofridas por Lasso no domingo, o «acordo» passa por eleições antecipadas.

Da mesma forma, a deputada Marcela Holguín, vice-presidente da Assembleia Nacional e membro da bancada Unión por la Esperanza, classificou como «falso e mentiroso» o apelo de Lasso à unidade.

«Não é a primeira vez que o governo lança um apelo ao diálogo e não resulta», disse a deputada, citada pela Prensa Latina, referindo-se ainda à necessidade de avaliar se este é o momento para adiantar as eleições.

Também o Partido Social Cristiano (de direita), que inicialmente foi um aliado do neoliberal Lasso, tendo-o ajudado a chegar ao poder, decidiu agora manter distâncias, afirmando que não fará parte de um acordo nacional convocado por este governo.

Ontem, com 97% das actas contabilizadas, o Não às oito alterações constitucionais propostas pelo presidente era um facto irreversível.

Resultados do referendo com 97% das actas contabilizadas / @BenjaminNorton

Em conversa com a Prensa Latina, Pablo Iturralde, porta-voz da campanha «Ecuador dice No», afirmou que estes resultados surgem «na sequência do trabalho realizado para explicar às pessoas as verdadeiras intenções do governo através de uma consulta popular enganosa».

«Tendo em conta a sua baixa popularidade, o presidente punha as suas esperanças neste mecanismo, procurava oxigénio, e agora fica em muito má situação, sem apoio para terminar o seu mandato», disse Iturralde.

«Quem votou Não no referendo entende que é enganador e que não ia servir para solucionar os problemas do país», disse, sublinhando que os resultados de domingo mostram um reforço da esquerda e das forças progressistas no país.

«O povo disse "não" no referendo e também à direita neoliberal», frisou.

Neoliberalismo derrotado nas eleições locais e regionais

Neste domingo, quase 13,5 milhões de equatorianos foram chamados a eleger os seus autarcas e governadores. Como o voto é obrigatório para todas as pessoas entre 18 e 65 anos, a participação superou os 80%, segundo o revelou o Conselho Nacional Eleitoral.

O grande elemento de destaque é que a Revolução Cidadã, do ex-presidente Rafael Correa, triunfou em nove províncias, incluindo as três mais povoadas do país – Guayas, Pichincha e Manabí – e em 61 municípios – incluindo os das maiores cidades: Guayaquil e Quito.

Para a socióloga Irene León, membro da Rede de Intelectuais em Defesa da Humanidade, estes resultados são um exemplo da «inconformidade popular com o neoliberalismo».

À Prensa Latina, León disse que os leitores «deixaram clara a sua vontade de mudança» – e ela ficou bem clara na província de Guayas, onde a Revolução Cidadã pôs fim a mais de três décadas de governação do Partido Social Cristiano. Ali, Marcela Aguiñaga tornou-se a nova governadora e Aquiles Álverez passou a ser o presidente do Município de Guayaquil.

Irene León sublinhou a dimensão política destes resultados depois da perseguição movida à Revolução Cidadã nos últimos anos, das prisões e do exílio sofridos pelos seus dirigentes.

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui