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De pequenino se explora o trabalho do menino

A bancada republicana aprovou, na quarta-feira, uma proposta de alteração à lei do trabalho infantil na Assembleia Estadual do Wisconsin, alargando os horários de trabalho de menores com 14 ou mais anos.

Letreiro de um restaurante da cadeia de fast-food, <em>Burger King</em>, é alterado pelos trabalhadores, que se despediram, em conjunto, em protesto contra os baixos salários praticados pela empresa, que tem lucros anuais de cerca de 1.5 mil milhões de dólares: «Desculpem a inconveniência, despedimo-nos todos» 
Letreiro de um restaurante da cadeia de fast-food, Burger King, é alterado pelos trabalhadores, que se despediram, em conjunto, em protesto contra os baixos salários praticados pela empresa, que tem lucros anuais de cerca de 1.5 mil milhões de dólares: «Desculpem a inconveniência, despedimo-nos todos» Créditos

A labor shortage, a ausência de trabalhadores suficientes para ocupar os postos de trabalho disponíves, que os Estados Unidos da América atravessam, esconde uma outra realidade. É que um número muito elevado de trabalhadores se recusa a continuar a trabalhar com os salários de fome praticados.

Pelo menos 2,2 milhões de americanos não voltaram aos seus trabalhos no sector da hospitalidade, uma perda de 12% da força de trabalho pré-pandemia. Milhões foram despedidos para reduzir os custos das empresas enquanto estas estavam confinadas, obrigando estes profissionais a viver de apoios estatais num período de enormes carências.

Muitas empresas, que despediram os seus trabalhadores para limitar os custos, encontram-se agora com grandes dificuldades em encontrar quem queira trabalhar para elas, mesmo com ligeiros aumentos salariais.

Cerca de 60% daqueles que procuram, actualmente, trabalho, recusam-se a aceitar uma vaga no sector. As principais razões, identificadas numa sondagem do site de emprego Joblist, são os baixos salários, a inexistência de benefícios (tais como um seguro de saúde) e a falta de flexibilidade horária. 

No mês de Agosto, cerca de 2,9% de toda a força de trabalho demitiu-se nos EUA, um valor recorde, em alguns estados esse número chega aos 5%. Com cerca de três vagas de emprego disponíveis por cada desempregado, várias empresas viram-se forçadas a aumentar os seus míseros salários para continuarem de portas abertas.

Certo é que centenas de milhares de trabalhadores com baixas qualificações já não estão disponíveis para voltar ao que era.

Uma solução para não aumentar salários é recorrer ao trabalho infantil

De acordo com a bancada republicana, durante a apresentação do documento, «há uma enorme procura, em empresas do nosso estado, durante o período turístico de Verão, tanta que às vezes pode ser difícil encontrar trabalhadores para fazer trabalho sazonal e laborar com horários desregulados».

A solução encontrada, ao contrário do que se podia esperar (um aumento geral dos salários, que em média estão abaixo do limiar da pobreza), é aumentar os horários nos quais jovens de 14 e 15 anos podem laborar, é aumentar os horários nas actividades em que jovens de 14 e 15 anos podem laborar, usando crianças.

Jovens a partir dos 14 anos podem, agora, trabalhar três horas, entre as 6h da manhã e as 21h30 (se no dia seguinte tiverem aulas), e oito horas, entre as 6h e as 23h, aos fins-de-semana. Os trabalhadores menores de idade estão «limitados» a trabalhar um máximo de seis dias por semana.

A medida teve a pronta oposição dos sindicatos, que lamentaram a continuada «política de eliminação das leis de protecção do trabalho infantil». Independentemente de só se aplicar a alguns milhares de jovens no estado do Wisconsin, «será sempre uma criança a mais».

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