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|direito à greve

Milhares de internautas destroem sistema de substituição de grevistas da Kellogg's

Há dois meses que centenas de trabalhadores da Kellogg's, nos EUA, estão em greve por um aumento significativo dos salários. Empresa tentou substituir 1400 grevistas mas um fórum online lançou o caos na contratação.

Piquete de greve de trabalhadores da Kellogg's, uma das maiores produtoras de cereias de pequeno-almoço do mundo, em Battle Creek, Michigan 
Piquete de greve de trabalhadores da Kellogg's, uma das maiores produtoras de cereias de pequeno-almoço do mundo, em Battle Creek, Michigan CréditosAlyssa Keown / AP

A proposta de um parco aumento salarial foi liminarmente rejeitada pelos trabalhadores em greve. Muitos deles trabalham quase 80 horas por semana, sem folgas ao fim de semana e, ao contrário de muitos sectores, nunca deixaram de trabalhar durante a pandemia, assegurando os lucros da empresa. A greve arrancou no dia 5 de Outubro, nas fábricas de Michigan, Nebraska, Pennsylvania e Tennessee.

A rejeição do aumento de 3%, praticamente insignificante para uma empresa que bateu recordes históricos de lucros este ano, ditou a decisão da Kellogg's em despedir cerca de 1400 trabalhadores, substituindo-os por quem aceite, em desespero, esta condição precária.

Em 2015, a empresa criou um novo tipo de posto de trabalho «transitório»: basicamente, consiste em todas as funções de um posto de trabalho efectivo sem nenhum dos direitos dos trabalhadores dos quadros. O caminho para integrar os quadros nunca chegou a aparecer.

Não foram só os baixos salários que motivaram a decisão de fazer greve. Os contratos de vários trabalhadores estão prestes a chegar ao fim, sem renovação. O objectivo da empresa era voltar a integrar estas pessoas como «transitórias», com um menor salário, menos descontos para a reforma, sem seguro de saúde, sem direito a baixa médica.

Ao Guardian, um trabalhador da fábrica de Michigan, Trevor Bidelman, descreveu a situação exploratória em que se encontram os trabalhadores: «Trabalhamos sete dias por semana, às vezes 100 a 130 dias sem parar. Já as máquinas funcionam durante 28 dias, parando três para limpeza. Tratam melhor a maquinaria do que nos tratam a nós».

Milhões de candidaturas para os novos postos de trabalho em poucas horas

O site que a Kellogg's criou especificamente para recolher as candidaturas para os 1400 postos de trabalho não tardou a receber os primeiros pretendentes. Hora após hora, milhões de formulários foram preenchidos, chegando mais a todo o momento, entupindo os recursos humanos da empresa.

Infelizmente, para a Kellogg's, praticamente todas são falsas. Uma comunidade chamada Anti-Work (Anti-trabalho), que se encontra no site Reddit, agregando mais de 1,4 milhões de utilizadores, organizou uma campanha para preencher e enviar milhões de formulários falsos, impedindo a empresa de substituir os trabalhadores grevistas, em solidariedade com a sua luta.

Os servidores do site da Kellogg's não conseguiram acompanhar o número de candidaturas e estiveram, durante largas horas, indisponíveis. O volume de formulários enviados vai tornar quase impossível que a empresa consiga distinguir qualquer candidatura genuína que haja entre elas.

A comunidade junta milhares de trabalhadores de todo o mundo, com o propósito de partilhar a sua situação laboral e da defesa do direito de um mundo livre da exploração. Mais recentemente, a comunidade ganhou um novo alento com a onda de despedimentos nos EUA, com a partilha de milhares de histórias de trabalhadores que se despediram de trabalhos precários, que afrontavam a sua dignidade.

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