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|Síria

Damasco exibe centenas de peças arqueológicas recuperadas ao ar livre

No parque do Museu Nacional de Damasco, há centenas de peças arqueológicas das civilizações que floresceram na Síria ao longo dos séculos e que foram recuperadas aos saques da guerra.

Fachada original do Qasr al-Hayr al-Gharbi, do séc. VIII, que serve de entrada ao Museu Nacional de Damasco Créditos / PL

Trata-se de um jardim único em todo o país levantino e na região, refere o correspondente da Prensa Latina, sublinhando que, ao acolher peças valiosas – mostradas ao ar livre –, se tornou um ponto de referência e atracção para turistas e amantes da história e do património, que podem ali viajar pelos resquícios de milhares de anos.

Para as autoridades do país, este jardim histórico simboliza algo como o renascer da vida cultural na Síria depois de 13 anos de guerra imposta, que, além de provocar inestimáveis perdas de vidas humanas, teve também consequências devastadoras para o património cultural.

O parque do Museu Nacional de Damasco alberga estátuas, mosaicos, portas de pedra, colunas romanas e a emblemática estátua do Leão de Al-lat, que foi evacuada do Museu Nacional de Palmira e instalada aqui na sequência do processo de restauro a que foi submetida.

Estátua do Leão de Al-lat, ainda em Palmira, em Novembro de 2008, antes de ser seriamente danificada pelo Daesh e levada para Damasco / AbrilAbril

A mais importante de todas as que se encontram expostas ao ar livre é a fachada original do Qasr al-Hayr al-Gharbi, mandada construir no deserto sírio no século VIII pelos califas omíadas e que foi levada para Damasco, onde foi reconstruída e passou a funcionar como porta de acesso principal ao Museu Nacional.

Em declarações à Prensa Latina, os supervisores do museu afirmaram que o turismo começou a regressar gradualmente ao local, em particular da China e da Rússia, bem como de países árabes e europeus.

Afirmaram igualmente que a tarefa em curso para recuperar as antiguidades saqueadas durante a guerra não é nada fácil; ainda assim, revelaram que o país conseguiu a devolução de pelo menos 35 mil peças antigas.

Shahin Mohammed, um dos supervisores do museu, disse que a mostra exibida corresponde apenas a uma parte do que foi resgatado, e que a maior parte se encontra embalada e protegida em espaços interiores.

«Estamos optimistas. Actualmente, a situação é muito melhor do que nos anos da guerra. E não temos a menor dúvida de que tudo voltará a ser como antes e melhor», declarou.

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