Síria recuperou 40 mil peças antigas saqueadas durante a guerra

Em declarações à agência Prensa Latina, Nazir Awad esclareceu que essas peças foram resgatadas graças ao Exército sírio, que «está envolvido na tarefa e batalha de recuperar o património nacional».

«Várias tentativas de contrabando de objectos antigos foram frustradas pelos militares, o que permitiu a devolução de milhares de peças antigas valiosas», frisou o funcionário.

De acordo com Awad, a fase de salvação das antiguidades teve início em 2016, com o avanço do Exército sírio e aliados, e a libertação de vastas áreas do terrorismo, o que contribuiu também para a reabertura de alguns museus no país, como os de Alepo e Damasco.

«Aquilo que foi recuperado vai de uma moeda pequena até um féretro ou coroa de uma coluna, e este número pode ser muito maior, pois todos os dias há peças devolvidas», destacou.

O chefe da Direcção-Geral de Antiguidades e Museus reconheceu que a tarefa é «complicada, longa e necessita de diplomacia e leis, e, sobretudo, credibilidade e cooperação dos países onde as peças roubadas foram parar».

Em Novembro, eram quase 35 mil

Em Novembro do ano passado, uma exposição integrada nos Dias da Cultura da Síria que teve lugar no Museu Nacional de Damasco exibiu peças arqueológicas de diferentes épocas que haviam sido recuperadas depois de roubadas por grupos terroristas para serem contrabandeadas.

Então, Nazir Awad disse à imprensa que os objectos provinham de sítios arqueológicos tão importantes e conhecidos como Ugarit, Mary, al-Khwira e Tal Baidar, de onde terroristas e saqueadores de tesouros levaram centenas de milhares de peças para o estrangeiro.

Não obstante, o funcionário referiu que, nessa altura, já tinham sido resgatadas quase 35 mil peças antigas, que depois foram levadas para o Museu Nacional de Damasco e outros espalhados pelo país, que, no contexto da guerra, se mantiveram encerrados ao público e se dedicaram ao trabalho de conservação e catalogação, tendo reaberto em 2018.

Antes do início da guerra de agressão, a Síria, onde há registo de sucessivas civilizações ao longo de milhares de anos antes da era cristã, era o destino de arqueólogos conhecidos e de equipas de investigação enviadas de várias partes do mundo.

Isso mesmo se podia constatar, por exemplo, nos museus de Damasco e Alepo, onde, ao lado das peças expostas, havia registos fotográficos dessas equipas nos sítios arqueológicos.