|Nicarágua

Cooperativas de Manágua modernizam frota com 250 autocarros da China

Para reforçar o sistema de transporte público no país centro-americano, o governo nicaraguense entregou 250 autocarros chineses a cooperativas da região da capital, Manágua.

CréditosJairo Cajina / el19digital.com

Na cerimónia de entrega, esta quarta-feira, que contou com a presença do embaixador da China, o ministro nicaraguense dos Transportes e Infra-estruturas, Óscar Mojica, destacou as medidas do executivo sandinista com vista a garantir a modernização dos transportes colectivos no país centro-americano.

Segundo expressou, houve «uma mudança radical na modernização, segurança e conforto do transporte urbano colectivo da capital e de outras cidades do país».

O titular da pasta dos Transportes precisou que, ao longo deste ano, foram integrados no sistema de transporte de passageiros 800 novas unidades: 300 autocarros provenientes da Rússia, entre os meses de Janeiro e Maio, e 500 recebidos da China, entre Outubro e Novembro.

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Com o apoio da China, governo nicaraguense promove novo programa habitacional

No âmbito de diversos programas habitacionais em curso na Nicarágua, o governo sandinista está a dinamizar o desenvolvimento de um novo projecto, que visa edificar mais de 3000 apartamentos.

Créditos / tn8.tv

A iniciativa, com a qual se pretende melhorar o nível de vida da população, será implementada em Manágua nos próximos meses e, segundo explicou a vice-presidente do país, Rosario Murillo, contará com casas de dois andares com varanda.

Murillo – refere a Prensa Latina – disse que os edifícios se inserem no projecto denominado «Nuevas Victorias», cujos primeiros apartamentos (134) deverão ser entregues em Dezembro deste ano, com o nome do jogador de beisebol porto-riquenho Roberto Clemente.

O desportista, que faleceu num acidente aéreo quando tentava trazer ajuda humanitária do seu país para a Nicarágua, na sequência do terremoto que devastou Manágua em 1972, foi declarado Herói Nacional do país centro-americano em Dezembro do ano passado.

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Nicarágua e China: um ano de avanços na cooperação

No passado dia 10, os dois países assinalaram o primeiro aniversário do restabelecimento de relações diplomáticas, que abriram as portas a uma cooperação considerada «estratégica».

Uma das áreas em que a China mais tem apoiado a Nicarágua é na construção de habitação e infra-estruturas 
Créditos / Twitter

O restabelecimento de relações diplomáticas ocorreu após o reconhecimento, por parte do país centro-americano, do princípio de «uma só China».

«A Revolução sandinista estabeleceu relações com a China em 1985; o que se passou foi que os governos neoliberais apoiados pelos Estados Unidos romperam esses laços nos anos 90 para estabelecer relações com Taiwan», disse à Prensa Latina o analista político Jorge Capelán.

Para Capelán, as relações entre a China e a Nicarágua têm um significado muito importante, tendo em conta a actual conjuntura mundial, «de crise terminal de dominação ocidental».

Por seu lado, Manuel Espinoza, director do Centro Regional de Estudos Internacionais (CREI), em Manágua, sublinhou que o restabelecimento de relações ocorreu num momento importante, após o triunfo de Daniel Ortega nas eleições de Novembro de 2021.

Espinoza explicou que se trata de uma decisão de política externa, o que mostra o papel da China na transformação da ordem mundial.

«O importante aqui é que na assinatura deste restabelecimento, há um ano, existem princípios bem assentes, como o respeito mútuo, a coexistência pacífica, a não agressão, a integridade territorial e, sobretudo, os benefícios recíprocos», acrescentou, em conversa com o correspondente da agência cubana.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Ma Zhaoxu, e o representante da Nicarágua, Laureano Ortega, durante a cerimónia de assinatura de restabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países, em Tianjin, China, a 10 de Dezembro de 2021 / France 24

A nível institucional, o embaixador da China em Manágua, Chen Xi, disse que este ano passado foi de solidariedade, cooperação e de êxitos para os dois países e povos.

Já o assessor presidencial para a promoção de investimentos, comércio e cooperação internacional da Nicarágua, Laureano Ortega, considerou «históricos» os laços entre o Partido Comunista da China e a Frente Sandinista de Libertação Nacional, tendo ainda afirmado que «foram 12 meses de um trabalho intenso», de «inúmeras cooperações em praticamente todos os campos».

Carácter estratégico

Os especialistas destacam a natureza estratégica das relações entre o país asiático e o centro-americano, a diferentes níveis.

O académico Jorge Issac Bautista disse à Prensa Latina que ambos os países têm costa no Oceano Pacífico, mas que a China não tem acesso às águas do Atlântico e que o canal do Panamá é «controlado pelos panamenhos e norte-americanos».

«A nível geoeconómico, a Nicarágua tem a possibilidade de fazer a ligação entre o Pacífico e o Atlântico, o que é uma probabilidade aberta a investimento para a eventual construção de um canal», afirmou.

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Exportações na Nicarágua cresceram 21% em 2021

O Centro de Procedimentos de Exportações (Cetrex), que registou o aumento de vendas ao exterior, prevê uma recuperação maior para este ano, em parte graças ao restabelecimento de relações com a China.

Créditos / canal6.com.ni

Em declarações à imprensa, a directora executiva do Cetrex, Xiomara Mena, disse que o crescimento registado de 21% equivale a cerca de 6,5 mil milhões de dólares (5,7 mil milhões de euros).

A funcionária do país centro-americano precisou que as exportações de produtos tradicionais representaram, até 31 de Dezembro, cerca de 3,6 mil milhões de dólares e que as do regime de zona franca representaram 2,75 mil milhões, até Novembro último.

Citada pelo portal radio580.com.ni, Mena acrescentou que o país exporta cem produtos e que recuperou, em 2021, todos os mercados internacionais que se haviam encerrado como consequência da Covid-19.

No que respeita aos chamados produtos tradicionais, projectou um crescimento de receitas das exportações para 2022, em torno dos quatro mil milhões de dólares.

Advertiu, no entanto, que a concretização deste prognóstico depende do equilíbrio dos preços, a nível mundial, dos principais produtos, tendo explicado que a tendência é para a subida em cargas como a carne ou o café.

Em termos de volumes, a directora executiva do Centrex anunciou como projecção um aumento de 10%, com números superiores aos de 2021 graças à recuperação dos mercados.

Exportações para a China podem crescer bastante

Também se referiu à China, país para o qual a Nicarágua efectuou exportações no valor de 11 milhões de dólares (9,7 milhões de euros), números que, segundo Mena, podem aumentar significativamente depois do restabelecimento das relações entre ambos os países, no passado dia 10 de Dezembro.

Na cerimónia de abertura da Embaixada da China em Manágua, dia 31, o representante do governo do país asiático, Yu Bo, manifestou a intenção da China de reforçar «a comunicação, a coordenação e o verdadeiro multilateralismo» com o país da América Central.

Destacando a importância da «oposição à ingerência externa nos assuntos internos dos estados em nome da democracia e dos direitos humanos», Bo afirmou a aposta em consolidar a confiança política e em acelerar a cooperação em vários campos.

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A este propósito, Jorge Capelán destacou a grande expectativa existente na Nicarágua sobre a construção dessa via marítima – embora ainda não haja nada de concreto.

«Os Estados Unidos não gostam da ideia, mas terão de se habituar a ela, pois em termos geopolíticos estão a perder influência e têm de aceitar o surgimento de um mundo multipolar», disse.

Por seu lado, Manuel Espinoza referiu-se aos passos estratégicos da China – como a Iniciativa Cinturão e Rota e outras destinadas ao desenvolvimento global – como boas perspectivas para o país centro-americano.

Avanços concretos na cooperação

As autoridades de ambos os países afirmam que, neste primeiro ano, alcançaram êxitos em vastas áreas na «cooperação de mútuo benefício».

Em Janeiro, a Nicarágua aderiu oficialmente à Iniciativa Cinturão e Rota – um elemento central da política externa promovida pela China de Xi Jinping –, com o presidente nicaraguense, Daniel Ortega, a destacar a importância de fazer frente à «hegemonia» dos EUA, «cujo fim é um facto».

No final desse mês, o governo sandinista anunciou o apoio da China ao projecto de construção de casas para famílias trabalhadoras e carenciadas, dinamizando um programa habitacional já existente, o Bismarck Martínez.

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China vai ajudar Nicarágua a desenvolver diversas infra-estruturas

O governo nicaraguense e empresas estatais chinesas assinaram um memorando de entendimento com vista ao desenvolvimento de vários projectos no país centro-americano.

Representante chinês e da empresa estatal nicaraguense das águas, ENACAL, saúdam-se durante a celebração do acordo 
Créditos / el19digital.com

Funcionários governamentais sandinistas anunciaram, esta quarta-feira, ter alcançado um acordo abrangente com a China visando estabelecer as bases para o desenvolvimento de projectos em diversas áreas.

Segundo refere el19digital.com, participaram na cerimónia de assinatura do acordo, em Manágua, representantes dos ministérios nicaraguenses da Energia, Saúde, Transportes e Infra-estruturas, entre outros. A parte chinesa esteve representada por diversas empresas estatais, que serão responsáveis pelo andamento dos projectos.

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Exportações na Nicarágua cresceram 21% em 2021

O Centro de Procedimentos de Exportações (Cetrex), que registou o aumento de vendas ao exterior, prevê uma recuperação maior para este ano, em parte graças ao restabelecimento de relações com a China.

Créditos / canal6.com.ni

Em declarações à imprensa, a directora executiva do Cetrex, Xiomara Mena, disse que o crescimento registado de 21% equivale a cerca de 6,5 mil milhões de dólares (5,7 mil milhões de euros).

A funcionária do país centro-americano precisou que as exportações de produtos tradicionais representaram, até 31 de Dezembro, cerca de 3,6 mil milhões de dólares e que as do regime de zona franca representaram 2,75 mil milhões, até Novembro último.

Citada pelo portal radio580.com.ni, Mena acrescentou que o país exporta cem produtos e que recuperou, em 2021, todos os mercados internacionais que se haviam encerrado como consequência da Covid-19.

No que respeita aos chamados produtos tradicionais, projectou um crescimento de receitas das exportações para 2022, em torno dos quatro mil milhões de dólares.

Advertiu, no entanto, que a concretização deste prognóstico depende do equilíbrio dos preços, a nível mundial, dos principais produtos, tendo explicado que a tendência é para a subida em cargas como a carne ou o café.

Em termos de volumes, a directora executiva do Centrex anunciou como projecção um aumento de 10%, com números superiores aos de 2021 graças à recuperação dos mercados.

Exportações para a China podem crescer bastante

Também se referiu à China, país para o qual a Nicarágua efectuou exportações no valor de 11 milhões de dólares (9,7 milhões de euros), números que, segundo Mena, podem aumentar significativamente depois do restabelecimento das relações entre ambos os países, no passado dia 10 de Dezembro.

Na cerimónia de abertura da Embaixada da China em Manágua, dia 31, o representante do governo do país asiático, Yu Bo, manifestou a intenção da China de reforçar «a comunicação, a coordenação e o verdadeiro multilateralismo» com o país da América Central.

Destacando a importância da «oposição à ingerência externa nos assuntos internos dos estados em nome da democracia e dos direitos humanos», Bo afirmou a aposta em consolidar a confiança política e em acelerar a cooperação em vários campos.

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O memorando garante o investimento chinês na construção de hospitais e no fornecimento de equipamento médico, no desenvolvimento de energias renováveis, na construção de infra-estruturas rodoviárias, ferroviárias e portuárias, bem como na área de água e saneamento.

Só na área da geração e distribuição de energia eléctrica, os acordos prevêem o investimento de 564 milhões de dólares da China no país centro-americano, segundo revelou Salvador Mansell, ministro nicaraguense da Energia e Minas.

Restabelecimento das relações diplomáticas e crescimento da cooperação

Este memorando de entendimento abrangente segue-se à adesão oficial da Nicarágua à Iniciativa Cinturão e Rota, promovida pela China, há cerca de um mês. Na ocasião, o presidente nicaraguense, Daniel Ortega, destacou a importância de fazer frente à «hegemonia» dos EUA, «cujo fim é um facto».

No final de Janeiro, o governo sandinista anunciou o apoio da China ao projecto de construção de casas para famílias trabalhadoras e carenciadas, dinamizando um programa habitacional já existente, o Bismarck Martínez.

O programa foi assim designado em honra de Bismarck Martínez, sandinista que trabalhava no município de Manágua e que foi sequestrado, torturado e assassinado por membros da extrema-direita durante a violenta tentativa de golpe de Estado em 2018, apoiada pelos Estados Unidos.

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No mês seguinte, foi assinado um memorando de entendimento com vista a garantir investimento chinês na construção de hospitais e no fornecimento de equipamento médico, no desenvolvimento de energias renováveis, na construção de infra-estruturas rodoviárias, ferroviárias e portuárias, bem como na área de água e saneamento.

Em Abril, foi assinado um novo acordo de cooperação económica e técnica com vista à execução de um programa habitacional, cuja primeira fase conta com um investimento de 60 milhões de dólares.

Três meses mais tarde, em Julho, as partes assinaram aquele que consideram o acordo mais relevante nas relações bilaterais do ponto de vista económico, o chamado «acordo de colheita antecipada» – aprovado na Assembleia Nacional do país latino-americano em Setembro deste ano –, que visa reforçar as relações comerciais e eliminar barreiras, de forma progressiva, entre os dois países.

Ao longo deste ano, também se registou cooperação na área da Saúde pública – a China entregou três milhões de vacinas contra a Covid-19 e vários equipamentos e materiais médicos à Nicarágua – e no âmbito cultural.

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«Já temos concluídos os desenhos dos apartamentos "Nuevas Victorias", naquilo que foi o centro da nossa capital; vamos reconstruir o centro que há 50 anos perdemos sem perder o coração desta Manágua, bonita, nossa, bela, fulgurante», disse Murillo.

De acordo com a informação divulgada, o programa irá ser desenvolvido seguindo as instruções do presidente nicaraguense, Daniel Ortega.

O país centro-americano está a levar a cabo vários projectos nacionais de construção de habitações. O mais recente arrancou em meados de Abril último, após a assinatura de um acordo com a China.

Executadas com o apoio da Agência Chinesa de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento, as obras deste programa vão prolongar-se por um período de três anos, durante o qual está prevista a edificação de 12 034 casas em 84 municípios do país, 15 departamentos e duas regiões autónomas.

Durante a assinatura do acordo, em meados de Abril, Laureano Ortega, assessor presidencial para a promoção de investimentos, comércio e cooperação internacional, agradeceu ao presidente chinês, Xi Jinping, e ao Partido Comunista da China pela «cooperação solidária» que mantêm com a Nicarágua.

Na mesma ocasião, Ortega destacou que esta iniciativa social servirá para garantir habitação digna a milhares de famílias em todo o país.

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Na presença da presidente do Município de Manágua, Reyna Rueda, o ministro destacou ainda a renovação da frota na capital: «Mil e cem autocarros modernos, cómodos e seguros, mantendo sempre a mesma tarifa para a população», disse Mojica, citado pelo portal el19digital.com.

Por seu lado, o presidente da União Regional de Cooperativas de Transporte Colectivo, Danilo Sánchez, agradeceu ao executivo de Ortega por ter em conta as necessidades da população e os direitos dos trabalhadores do sector, já que, durante os governos neoliberais, «ninguém fez caso de nós».

A frota de autocarros da marca Yutong entregue esta quarta-feira a 26 cooperativas do departamento de Manágua põe termo à segunda etapa de unidades provenientes da China.

De acordo com a informação recentemente divulgada pelo Ministério dos Transportes e Infra-estruturas da Nicarágua, no próximo ano está prevista a chegada de mais 2000 autocarros chineses ao país, no âmbito dos planos de modernização da frota a nível nacional.

Relações bilaterais: irmandade histórica apontada para o futuro

Na cerimónia de entrega, o assessor presidencial para a promoção de investimentos, comércio e cooperação internacional da Nicarágua, Laureano Ortega, disse que os laços entre ambos os países se cimentam numa irmandade histórica entre a Frente Sandinista de Libertação Nacional e o Partido Comunista da China.

O embaixador de Pequim em Manágua, Chen Xi, a intervir na cerimónia de entrega // Jairo Cajina / el19digital.com

«Colocam os direitos dos seus cidadãos acima de todas as coisas, reconhecem a importância do ser humano, do desenvolvimento justo para todos, do desenvolvimento integral dos nossos povos para alcançar assim a prosperidade e o bem comum», afirmou.

Ortega, que louvou as conquistas alcançadas pela China com o socialismo, disse que o país asiático é «uma luz de esperança para o mundo inteiro» e mostrou-se confiante de que a Nicarágua, com a ajuda da China, «também consiga erradicar a pobreza extrema».

Por seu lado, o embaixador chinês em Manágua, Chen Xi, considerou importante a decisão do governo nicaraguense de modernizar o sistema de transporte de passageiros com autocarros chineses.

«Uma decisão importante que pode tornar realidade o desejo de que exista um serviço melhor de dia para dia na cidade de Manágua e noutras cidades», afirmou, citado pelo el19digital.com.

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