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Continua a mortandade nos centros de «ajuda» em Gaza

Não cessam os bombardeamentos israelitas no enclave palestiniano, nem os ataques a pessoas à procura de comida. A Unrwa alerta para situação humanitária crítica e insiste na urgência de acabar com o bloqueio.

Crianças na Faixa de Gaza à espera de comida Créditos / news.un.org

Wafa e Al Mayadeen registaram diversos bombardeamentos israelitas ao longo do dia de ontem, nomeadamente em Khan Yunis, Beit Lahia, Rafah e Cidade de Gaza, abrangendo também campos de refugiados e zonas a que as pessoas se dirigem em busca de ajuda e comida.

De acordo com as autoridades de saúde no enclave, desde 7 de Outubro de 2023 até ontem, pelo menos 55 998 pessoas perderam a vida e 131 559 ficaram feridas como consequência da agressão israelita à Faixa de Gaza.

Entre as vítimas mortais, contam-se 17 121 menores (até aos 17 anos de idade), contabilizados pelas autoridades até ao passado dia 15 de Junho, indica a Al Maydeen, sublinhado o facto de as crianças, jovens e mulheres «estarem a pagar o preço mais elevado».

A mesma fonte revela que pelo menos 9126 mulheres foram mortas no mesmo período, muitas das quais na tentativa de proteger os filhos ou enquanto procuravam refúgios precários, «que se tornaram armadilhas mortais».

Mortandade nos «centros de ajuda»

No espaço de 24 horas – até à actualização de ontem –, pelo menos 17 pessoas foram mortas e 136 ficaram feridas quando se encontravam em «filas para ajuda humanitária», elevando para 467 o número de pessoas mortas e para 3602 o de feridos nesse contexto.

A agência da ONU para os refugiados palestinianos no Médio Oriente (Unrwa) denunciou em várias ocasiões o bloqueio total imposto a Gaza por Israel desde 2 de Março, bem como o facto de a ajuda humanitária estar a ser usada como arma de guerra, agravando a crise humanitária no enclave palestiniano.

Já este mês, a Unwra denunciou o esquema de distribuição de ajuda imposto por Israel e os EUA, através da GFA, como «uma distração das atrocidades» que estão a ser perpetradas no enclave palestiniano, e alertou para os riscos de vida associados a esse esquema, tendo inclusive afirmado que os centros de distribuição são «armadilhas mortais» para as pessoas famintas.

Seis mil camiões da Unwra retidos

Esta segunda-feira, na sua conta de Twitter (X), o organismo voltou a chamar a atenção para a dificuldade em encontrar comida na Faixa de Gaza e para os riscos associados a essa «luta diária».

«Os preços dos bens essenciais estão a disparar. A ajuda humanitária, incluindo quase 6000 camiões da Unrwa, está retida em armazéns e postos fronteiriços. Isto inclui alimentos e medicamentos cujo prazo de validade está a expirar», alerta o organismo da ONU, frisando a necessidade de acabar com o cerco e de permitir a entrada imediata dos mantimentos no território.

Em simultâneo, a Unrwa alerta para o agravamento da situação humanitária com a subida das temperaturas, num contexto de falta de água, de abrigo adequado e bens essenciais necessários à sobrevivência. Nesse sentido, insiste que «o cerco tem de ser levantado».

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