A notícia foi avançada pela revista +972, com a qual colaborava Awdah Muhammad Hathaleen, e por um dos realizadores do documentário, Yuval Abraham, na rede social X, que identificou o assassino como Yinon Levi e acrescentou um vídeo em que este aparece «a disparar como um louco».
Por seu lado, a Autoridade Palestiniana, via Ministério da Educação, adiantou nas redes sociais, que «o professor (…) foi abatido pelos colonos, na segunda-feira, 28 de Julho de 2025, durante um ataque à localidade de Umm al-Khair», perto de Hebron, no Sul da Cisjordânia.
Awdah Hathaleen era um habitante da região de Massafer Yatta, no Sul de Hebron. Com vizinhos, tinha participado na chamada de atenção para esta região declarada zona militar por Israel. Depois de um longo processo judicial, o Supremo Tribunal israelita deu razão aos militares, o que abriu a porta à expulsão dos habitantes das oito localidades da região.
Muhammad Hathaleen, que dava aulas de Inglês, tinha participado no documentário No Other Land, consagrado à luta dos palestinianos nesta região, mas boicotado pelas empresas de distribuição americanas.
Cerca de três milhões de palestinianos vivem na Cisjordânia ocupada, ao lado de meio milhão de colonos israelitas, em colónias ilegais.
O documentário No Other Land é uma obra de Hamdan Ballal, Basel Adra, Abraham e Rachel Szor e reflecte a situação em Adra, uma aldeia palestiniana no extremo Sul da Cisjordânia. O documentário, vencedor do Óscar para Melhor Documentário de 2024, evidencia a resistência do povo palestiniano, que não consegue ter paz nem oportunidades de vida na sua terra devido à repressão de Israel, que diariamente tenta expulsá-lo, cercando e destruindo a localidade.
Recorde-se que, 14 dias após receber o Óscar, Hamdan Ballal foi linchado em Susya, na Cisjordânia ocupada. O realizador foi sequestrado a caminho do hospital por tropas israelitas, tendo estado desaparecido.
«Sejamos claros: a anexação gradual da Cisjordânia ocupada é ilegal. Deve parar. A destruição em massa de Gaza é intolerável. Deve parar. Acções unilaterais que minam para sempre a solução de dois Estados são inaceitáveis. Devem parar.», frisou o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, esta segunda-feira, na Conferência de Alto Nível para a Solução Pacífica da Questão da Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados.
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