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A CIG convocou 16 manifestações para comemorar o Primeiro de Maio na Galiza

O secretário-geral da central sindical galega, Paulo Carril, destacou que as mobilizações servirão para exigir trabalho digno, mas também serão pela paz, a soberania dos povos e contra o imperialismo.

Depois de participarem numa ssembleia, centenas de delegados da CIG manifestaram-se pelas ruas de Compostela, contra a precariedade e em defesa da negociação colectiva 
Para o Primeiro de Maio, a CIG agendou mobilizações sob o lema «Trabalho digno. Pela paz e a soberania dos povos. Contra o imperialismo» Créditos / CIG

Para o Dia Internacional do Trabalhador, a Confederação Intersindical Galega (CIG) agendou 16 manifestações em cidades e vilas do território – a principal das quais terá lugar na Corunha –, sob o lema «Trabalho digno. Pela paz e a soberania dos povos. Contra o imperialismo».

Na apresentação das convocatórias, que decorreu há dias, Paulo Carril disse que neste Primeiro de Maio se denunciará «o belicismo e a apologia da guerra que a UE, em entusiasta obediência aos Estados Unidos (EUA) e às missões da NATO, está a agitar», num mundo que caminha irreversivelmente para a multipolaridade e para «acabar com a globalização neoliberal, com o imperialismo que os EUA querem manter a fogo, sangue e morte».

Nesse sentido, criticou a aprovação, pelo governo espanhol, do gasto de 1200 milhões de euros em armas, bem como o apoio da Europa a Israel no genocídio que está a cometer na Palestina.

Precarização das condições de trabalho e de vida

Entre outros aspectos, Carril chamou a atenção para os preços elevados do cabaz de compras; a baixa capacidade de poder de compra dos salários e das pensões; o aumento da precariedade e o aumento da população em risco de pobreza e de exclusão social. Por esta situação, responsabilizou a reforma laboral, vigente há dois anos, porque «nem gerou direitos, nem revogou as graves e regressivas reformas laborais de 2012», afirmou.

O secretário-geral da CIG criticou as políticas laborais do executivo espanhol e a concertação social, tendo alertado para a privatização da saúde pública ou alterações à Segurança Social – e não no caminho de reduzir a idade da reforma ou de garantir mais direitos a trabalhadores, reformados e pensionistas.

Criticando as políticas neoliberais do governo espanhol, Carril lembrou que o governo do PP na Galiza concorda com elas e que pretende reforçar «a dependência política e económica da Galiza em relação ao sistema espanhol», o que implica negar um desenvolvimento próprio da Galiza para travar o empobrecimento das camadas populares.

Paulo Carril acusou ainda o governo da Xunta de «estar obcecado com a privatização dos serviços públicos» e «entregue às grandes empresas que vêm saquear e explorar de forma colonial os nossos recursos naturais, enquanto avança o envelhecimento da população, a desertificação social e industrial de muitas comarcas e a contínua emigração, por falta de emprego».

Solidariedade de classe e povo nas ruas contra o roubo

Neste contexto, o secretário-geral da CIG vincou a importância de sair para as ruas neste Primeiro de Maio, não permitindo que a desmobilização se imponha «para facilitar o endurecimento das políticas reaccionárias, anti-sociais e anti-galegas que os diferentes governos e a UE pretendem continuar a desenvolver, tal como o fazem há anos», acrescentando que é preciso «fazer frente ao saque e ao roubo que estamos a viver».

Para amanhã, a CIG agendou mobilizações em Ourense, Pontevedra e Vilagarcía, às 11h30; na Corunha, Cee, Compostela, Ribeira, Ferrol, As Pontes, Lugo, Ribadeo, Verín, O Barco de Valdeorras, A Estrada e Vigo, ao meio-dia, e em Cangas, às 18h.

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