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CIG continua a denunciar «abusos laborais» na Mercadona

Na abertura de um novo supermercado da Mercadona em Vigo, o sindicato promoveu uma concentração para denunciar uma política da empresa assente em «gritos, chantagens, abusos de poder e violação de direitos».

Protesto frente a um novo supermercado da Mercadona em Vigo, a 17 de Novembro de 2025 Créditos / CIG

Com o lema «Sem saúde laboral, a Mercadona anda muito mal», trabalhadores e delegados sindicais mobilizaram-se esta segunda-feira frente a uma nova loja da empresa de alimentação em Vigo.

O protesto foi dinamizado pela Confederação Intersindical Galega (CIG), no âmbito da campanha «Um segredo às claras», que lançou em 2022 e com a qual pretende denunciar um «modelo» que, afirma, se caracteriza por uma série de abusos contra os trabalhadores e delegados sindicais, em que se incluem «faltas de respeito, gritos, insultos, perseguições, isolamento laboral e o assédio pelo telefone ao pessoal que se encontra de baixa».

Em declarações recolhidas no portal do sindicato, Verónica Pérez, secretária da secção sindical da CIG na Mercadona na província de Pontevedra, destacou que, em virtude das diversas acções levadas a cabo o ano passado, a situação na empresa está a mudar.

Ainda assim, Pérez disse que «os gritos, os insultos, as faltas de respeito, a perseguição e o isolamento laboral são, por enquanto, o nosso dia a dia nos locais de trabalho».

Em seu entender, a empresa tem estado a promover uma «mudança de imagem» relativamente à equipa de coordenação, mas «continua a usar o medo como arma de controlo, ao ponto de todos os trabalhadores terem sofrido algum tipo de abuso laboral nalgum momento».

Um «modelo» usado como forma de «pressão e coacção»

A Mercadona implementa um «modelo» e, nesse contexto, reclamar uma redução do horário de trabalho para cuidar de um filho ou familiar dependente, solicitar um horário de trabalho específico, meter baixa por incapacidade temporária, confrontar as medidas organizacionais da empresa ou pertencer a um sindicato como a CIG «é, para a Mercadona, ir contra o "modelo"; um "modelo" não escrito e usado como instrumento de pressão e coacção», denunciou a dirigente sindical.

Trata-se de um «modelo» – explica Pérez – que apresenta uns trabalhadores como «exemplares» e outros como «relegados», «fazendo com que estes últimos sejam sistematicamente marcados e isolados pela rede que a própria empresa teceu».

Pérez denunciou ainda a recusa da empresa à negociação colectiva, bem como as violações de direitos e as elevadas cargas de trabalho a que os trabalhadores são sujeitos devido à falta de contratações para substituir as baixas.

Da mesma forma, disse que os aumentos salariais não têm por base os elevados lucros da empresa, e que os trabalhadores têm de esperar por um «bónus, que é utilizado como recompensa ou punição de forma discricionária», em função de o trabalhador «seguir ou não o "modelo" aplicado pela empresa».

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