Os povos antigos das terras altas da Mesoamérica praticaram o «jogo da bola» muito antes do que se pensava até agora: há 3400 anos, aproximadamente, pelo que a história do desporto terá de ser novamente estudada.
Os antropólogos sabem há muito que os povos que viveram na Mesoamérica jogaram um tipo de jogo com bola de cauchu em campos especialmente construídos para isso.
Foram identificados 2300, numa área que hoje abrange o Sul do México e uma grande parte da América Central. Existem provas científicas de que tanto os Maias como os Astecas jogavam este jogo.
Até agora, pensava-se que o jogo tinha tido origem exclusiva e evoluído nas terras baixas, só depois passando para as terras altas da Mesoamérica. Contudo, os investigadores da Universidade George Washington vêm pôr em causa esta teoria, porque o campo que descobriram nas montanhas de Oaxaca (Sul do México) é muito anterior a qualquer outro descoberto até hoje nas terras altas, refere a agência Europa Press.
O estudo que publicaram esta semana na revista Science Advances sugere precisamente que a origem do jogo não é exclusiva das terras baixas, uma vez que o campo agora descoberto nas montanhas de Oaxaca é datado de há 3400 anos, enquanto o campo mais antigo conhecido até hoje – em Chiapas, nas terras baixas, igualmente no Sul do México – data de 1650 a.C.
Ou seja, a descoberta destes cientistas desafia a crença generalizada de que o «jogo da bola» foi praticado exclusivamente nas terras baixas na sua etapa de formação e desenvolvimento.
O campo recentemente descoberto encontra-se no sítio arqueológico de Etlatongo, onde os investigadores também encontraram figuras de cerâmica do mesmo período que representam os jogadores de bola em acção. O campo foi descoberto por baixo de um outro.
Os investigadores defendem que a história do desporto, icónico das culturas pré-colombianas da Mesoamérica, terá de ser novamente estudada, referindo como muito provável que o jogo da bola, praticado quotidiamente e em celebrações rituais, tenha evoluído com influências tanto dos montanhases como dos habitantes das terras baixas.
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