Os trabalhadores desfilaram este sábado por algumas das principais avenidas de Bissau, gritando palavras de ordem contra «o Governo incompetente», os deputados, «os subsídios milionários» e o Orçamento de Estado, segundo a agência Lusa.
O protesto, que decorreu de forma pacífica, terminou em frente a sede da UNTG com um comício em que o secretário-geral da central sindical, Júlio Mendonça, afirmou que a luta dos guineenses vai continuar até conseguirem conquistar todos os seus direitos.
Na sua intervenção o dirigente sindical referiu-se ao agravamento das condições de vida da população, exemplificada no aumento descontrolado dos produtos alimentares, tendo criticado a «desestruturação do aparelho do Estado da Guiné-Bissau» e a «exploração permanente do povo guineense».
Júlio Mendonça apontou à central sindical o objectivo de «acordar o povo e mostrar-lhe a responsabilidade que tem para conquistar a sua dignidade».
Desde Dezembro de 2020 que a principal força sindical da Guiné-Bissau tem organizado lutas sectoriais e greves gerais na função pública, exigindo do Governo, entre outras reivindicações, a exoneração de funcionários contratados sem concurso público, a melhoria de condições laborais e o aumento do salário mínimo para pelo menos o dobro do actual, que é de 75 euros mensais.
O governo de Bissau tem reprimido as lutas sindicais no país, tendo sido acusado de por centrais sindicais dos países de expressão portuguesa de atentar contra contra o livre exercício do direito de manifestação e protesto, bem como de proceder a prisões, perseguições e despedimentos de trabalhadores, dirigentes sindicais, patriotas e democratas guineenses.
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