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Milhares de pessoas em defesa da saúde pública na Andaluzia

Milhares de pessoas manifestaram-se, este domingo, nas capitais das oito províncias andaluzas «em defesa da nossa saúde pública», tendo exigido a demissão do presidente da Junta, Juanma Moreno (PP).

Manifestação em Málaga (Andaluzia), este domingo, 9 de Novembro de 2025, em defesa da saúde pública Créditos / @FonsiLoaiza

A defesa da saúde pública e a denúncia da gestão do PP à frente da Junta da Andaluzia marcaram a jornada de mobilização deste domingo em todo o território do Sul de Espanha, convocada pela plataforma Marea Blanca – que reúne utentes e profissionais de saúde – e as centrais sindicais CCOO e UGT.

No manifesto associado ao protesto, declarou-se que o sistema de saúde da Andaluzia atravessa uma «grave crise», marcada por «uma deterioração generalizada e planeada», que se manifesta em «escândalos como os erros no programa de rastreio do cancro da mama, com graves consequências para muitas mulheres».

Para os organizadores, este «escândalo» não é mais que «a ponta do icebergue do declínio do sistema público de saúde da Andaluzia», ​​​​que exemplifica «o fracasso da política de saúde do governo andaluz».

Na manifestação que teve lugar em Málaga, ouviram-se palavras de ordem contra a privatização do sector e em defesa de mais contratações e «menos contratos-lixo», ou a declarar que «a saúde não é um negócio».

Representantes do PSOE e da Esquerda Unida (IU) compareceram na marcha malaguenha, tendo destacado que a situação de «colapso da saúde» na província é «a pior de toda a Andaluzia».

Citado por La Opinión de Málaga, um dirigente local do PSOE sublinhou que melhor defesa da saúde pública na província passa por tirá-la das mãos do PP, tendo-se referido a listas de espera «desesperantes», as «piores de sempre», ao cabo de quase sete anos de governo de Juanma Moreno na Andaluzia.

O actual executivo andaluz foi também criticado por destinar «centenas de milhões de euros à saúde privada», usando como desculpa a necessidade de reduzir as listas de espera, e provocando a «deterioração deliberada da saúde pública».

Participaram igualmente na manifestação, que consideraram «histórica», diversos representantes da IU, incluindo o coordenador geral na Andaluzia, Toni Valero.

Para além de expressarem a oposição frontal à «privatização» do sistema de saúde no território, congratularam-se com a grande resposta dada pelos trabalhadores nas ruas.

Um clamor em toda a Andaluzia

Nas várias capitais de província, a resposta ao apelo de mobilização foi enorme. Só em Sevilha, cerca de 20 mil pessoas manifestaram-se sob o lema «Recuperar a saúde pública andaluza. A nossa saúde não é a vossa mercadoria».

Também se registaram grandes mobilizações em cidades como Córdova e Granada, com milhares de pessoas a exigirem uma «saúde pública de qualidade» e a gritarem palavras de ordem contra Juanma Moreno e contra o negócio da saúde.

Em Almeria, os manifestantes alertaram para a «grave crise» no sector na província, que dizem decorrer, entre outros motivos, de financiamento insuficiente. Neste contexto, lembraram que há profissionais a menos e que 61% dos menores não têm ali pediatra atribuído.

Em Cádis, milhares de pessoas vieram para a rua denunciar a destruição deliberada do sistema público de saúde. A este propósito, Inma Nieto (IU) exigiu que as verbas que o actual governo regional destina às clínicas privadas regressem ao Serviço Andaluz de Saúde.

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