Aumenta a contestação às políticas de Temer

Sindicalistas, estudantes e professores, entre outros sectores profissionais, manifestaram-se ao fim da tarde de sexta-feira na zona central de São Paulo, tal como aconteceu em várias cidades brasileiras, incluindo Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

«Hoje é outro dia de manifestações nacionais contra a reforma do sistema de pensões, leis laborais e todos os ataques que o Governo de Temer e aliados desferem contra os trabalhadores deste país», disse Marcella Azevedo, que lidera o Movimento de Mulheres em Luta.

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287 que, entre outros aspectos, considera os 65 anos como idade mínima para a reforma e exige que os trabalhadores tenham uma carreira contributiva de 49 anos para poderem receber a pensão por inteiro, foi a protagonista das concentrações, estampada na maioria dos cartazes.

O online Brasil de Fato recorda que a Reforma da Previdência é a iniciativa legislativa «mais espinhosa» do governo Temer, tendo recentemente angariado a antipatia de membros da base aliada no Congresso Nacional. Foi no passado dia 28 que um grupo de senadores do PMDB (de Michel Temer) se manifestou contra o designado «projecto de terceirização», referindo, por exemplo, que o texto aprovado na Câmara dos Deputados «precariza as relações de trabalho, revoga conquistas da Consolidação das Leis do Trabalho [CLT] e piora a perspectiva de aprovação da Reforma da Previdência».

O diário online informa que «enquanto o governo intensifica as barganhas de bastidor para ganhar votos que consagrem a aprovação da matéria, os movimentos populares correm contra o tempo para esclarecer a população brasileira sobre os riscos da medida, que é apontada por diversos especialistas como um risco para a macroeconomia do país».

De acordo com uma sondagem do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), realizada para a Confederação da Indústria brasileira, 55% dos inquiridos considera que o trabalho do governo é mau ou péssimo, enquanto 31% pensam que é aceitável. Apenas 10% afirmam que o trabalho do executivo é bom ou excelente.

Apesar das previsões governamentais, a taxa de desemprego no Brasil subiu para 13,2% no último trimestre, de acordo com as estatísticas oficiais divulgadas ontem.