Os sauditas levaram a cabo mais de 70 ataques aéreos nas últimas horas. Ontem à noite, voltaram a violar o cessar-fogo na cidade costeira de Hudaydah, atingindo uma torre de telecomunicações e bairros residenciais, onde faleceram pelo menos seis pessoas, três delas crianças, e outras 18 ficaram feridas.
Ali al-Ahdal, director provincial da Saúde, disse ao canal iemenita al-Masirah que um edifício de três andares foi arrasado no ataque. As autoridades da estratégica cidade portuária, localizada cerca de 140 km a sudoeste da capital, Saná, continuam à procura de sobreviventes nos escombros.
Em Saada, no Noroeste do país, a aviação saudita atacou um centro de detenção temporário, provocando elevado número de vítimas. «Os hospitais estão cheios de mortos e feridos, e precisamos desesperadamente de medicamentos e de equipamento médico», disse o governador de Saada, Mohammed Jaber Awad, à al-Masirah.
O canal iemenita aponta para 180 vítimas mortais, enquanto o correspondentes da Al Mayadeen confirmou a existência, até ao momento, de 62 mortos e 120 feridos, referindo que o número de mortos aumenta à medida que as equipas de socorro efectuam buscas nos escombros.
A coligação liderada pelos sauditas intensificou os bombardeamentos no Iémen desde terça-feira, depois de as forças iemenitas terem lançado um ataque com mísseis e drones contra «infra-estruturas estratégicas» nos Emirados Árabes Unidos.
«Desespero da coligação saudita»
Mohammed Ali al-Houthi, membro do Conselho Político Supremo do Iémen, afirmou que os ataques a zonas residenciais de Hudaydah são um «crime de guerra».
Por seu lado, o governador da província de Hudaydah, Muhammad Ayyash Qahim, destacou que estes ataques evidenciam o nível de «desespero e frustração» da coligação saudita.
«Os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita e os seus mercenários serão responsabilizados pelos crimes que perpetraram contra cidadãos comuns», disse, citado pela PressTV.
Esta quinta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas reiterou «o apelo às partes para que exerçam a máxima contenção e evitem qualquer escalada, por entre o aumento das tensões na região, bem como para que respeitem as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional».
Guerra de agressão há quase sete anos
A Arábia Saudita, com o apoio dos EUA, do Reino Unido e de outras potências ocidentais e regionais, lançou, em Março de 2015, uma grande campanha militar de agressão contra o Iémen, tendo como objectivo declarado suprimir a resistência do movimento Huti Ansarullah e recolocar no poder o antigo presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi, aliado de Riade, sem sucesso.
A agressão militar provocou milhares de mortos, feridos e deslocados, destruiu as infra-estruturas do mais pobre dos países árabes e esteve na origem da mais grave crise humanitária dos tempos modernos, segundo as Nações Unidas.
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