A FLiS – Festa do Livro de Serpa, por configurar uma oportunidade única «para observar o mundo com um olhar crítico», pretende, «de uma forma simples, agradável e bem-disposta», dar a conhecer vários projectos literários que sensibilizam para a responsabilidade ambiental e social.
Os dois edifícios adquiridos pela Câmara Municipal de Serpa (CMS) vão constituir um centro interpretativo que, em junção com a já em funcionamento Casa do Cante, vão formar o novo Museu do Cante. A Casa do Cante foi instituída em 2012 na cidade de Serpa «como um espaço dedicado à salvaguarda e promoção do Cante alentejano enquanto património cultural imaterial». Composta pelo Centro Documental Manuel Dias Nunes, uma galeria de exposições e um auditório, «nasceu da vontade deste Município em contribuir para a valorização das identidades do Sul». No 6.º aniversário do reconhecimento do Cante Alentejano como Património Cultural e Imaterial da Humanidade, a CDU denuncia que o Executivo PS na Câmara de Beja deixou cair a estratégia de promoção. A coligação PCP-PEV recorda num comunicado que, em 2015, foi aprovada na Assembleia Municipal de Beja a classificação do Cante Alentejano pela UNESCO como Património Cultural Imaterial de Interesse Municipal, «que passaria por promover um conjunto de iniciativas capazes de criar dinâmicas de futuro», e apostar na projecção local, nacional e internacional. No âmbito desta estratégia, o Município concretizou o projecto «Cante nas escolas», a fim de criar raízes desta prática nas idades mais jovens, rentabilizando artistas e músicos locais. Através de protocolos com os agrupamentos de escolas, o anterior executivo, de maioria CDU, pretendia integrar esta actividade de ensino no plano de actividades da escola, inserindo-a na componente lectiva regular. Também os grupos corais «foram apoiados na sua actividade», quer através de subsídios à actividade regular, quer apoiando as suas deslocações, «através da cedência de transportes», mas também na aquisição de fardamento e gravação de CD. Sucede que, «demonstrando uma enorme falta de sensibilidade sobre todo o processo que envolveu esta candidatura, em relação à qual, aliás, votou contra», o Executivo do PS na Câmara Municipal de Beja «não foi capaz de dar continuidade a nenhum dos objectivos desta estratégia». Os eleitos da CDU registam que as medidas de salvaguarda «constituem um mecanismo que pretende assegurar a identidade musical da região e a sua perpetuação geracional», salientando iniciativas como a constituição de um arquivo vivo do cante, centros de documentação, sua divulgação e ensino, e definição de uma rede de estruturas culturais do cante. Atendendo a que «tudo isto ficou pelo caminho», instam o Executivo a tomar medidas imediatas que valorizem este património mundial, fomentando o envolvimento de todos os agentes e actores do cante, grupos corais, autarquias, instituições e pessoas singulares, de forma a prosseguir a dinâmica criada aquando da candidatura. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Ao longo deste anos, a Casa tem sido, ao lado da CMS, «uma das responsáveis pelas acções de cumprimento do Plano de Salvaguarda para o Cante Alentejano», tendo igualmente assumido responsabilidades enquanto «entidade gestora da Candidatura do Cante Alentejano à Lista representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade, apresentada à UNESCO, em 2013», informa a página do Município. A classificação de património imaterial «foi atribuída a esta expressão musical polifónica a 27 de Novembro de 2014», cerca de três anos após o Fado receber igual distinção. Os dois novos imóveis, adjacentes à Casa do Cante, foram adquiridos pela CMS, com o apoio do programa Alentejo 2020 do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e foram transformados num «inovador espaço expositivo e interactivo», que servirá como centro interpretativo. Em declarações prestadas à Lusa, Tomé Pires, Presidente da Câmara Municipal de Serpa, considera que a renovação deste equipamento, dotado de novas valências, vai apresentar o Cante de «forma menos académica e de mais fácil acesso», dotando os visitantes de «muita informação em suporte físico e muita mais em suporte digital», cumprindo a missão do Museu de dar a conhecer o Cante a todos, «não apenas numa perspectiva tão académica». A cerimónia oficial de abertura deste equipamento terá início amanhã, dia 14 de Agosto, às 19h, na alcáçova do Castelo de Serpa. A participação terá de ser limitada apenas a convidados, «devido à limitação de espaço imposta pela pandemia». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Local|
Museu do Cante em Serpa: «Como a rola ninguém canta»
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Câmara de Beja deixou cair promoção do Cante Alentejano
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O objectivo da festa deste ano, dedicada ao tema «Água», é motivar os leitores, pequenos e graúdos, «para uma mudança de comportamentos» indispensáveis tendo em conta as alterações climáticas. A região do Alentejo, nos últimos meses, tem sido uma das principais vítimas da violenta seca que assolou o País no início do ano.
Entre muitas actividades, concertos e exposições, para além da Feira do Livro, vão ser lançados dois livros: O Primeiro Dia, de Henrique Moreira, que venceu a 4.ª edição do Prémio Internacional de Serpa para Álbum Ilustrado, e Além o Alentejo, de Dulce Guerreiro e Margarida Araújo.
A FLiS, que prepara agora a sua sexta edição, é composta por «três dias cheios de actividades que andam de braço dado com o livro e a leitura, dirigidas a públicos de todas as idades». A organização do evento está a cargo da Câmara Municipal de Serpa, no âmbito do Plano Municipal de Combate ao Insucesso Escolar no Concelho de Serpa.
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