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Cinema e direitos humanos. FiSahara regressa esta quinta-feira

O FiSahara – Festival Internacional de Cinema do Saara Ocidental regressa amanhã ao Auditório Municipal do Fórum Cultural do Seixal com mais um ciclo de arte cinematográfica e cultura de direitos humanos. 

Créditos / NomadsHRC

São três dias de festival, com uma programação fundamentalmente assente na premissa de que o acesso ao lazer, à cultura e ao entretenimento são direitos básicos. 

Haiyu, que em árabe significa encorajar, sobre Mariem Hassan, é o filme a abrir a edição deste ano. O documentário «reflecte tanto o espírito rebelde de Mariem quanto a determinação colectiva de um povo na sua luta contínua por um Saara Ocidental livre», lê-se na apresentação. Conhecida como cantora rebelde, Mariem Hassan, que em 2015 faleceu nos campos de refugiados saarauís, foi uma das maiores intérpretes do Norte de África, dando voz à esperança e à luta do seu povo.

Na sexta-feira, 26, o destaque vai para Salam, de Agustina Willat García, sobre como o povo saarauí vive exilado há quase meio século no deserto mais árido do continente africano. «Lá, onde recursos básicos como a água são escassos, existe uma escola de cinema. Enquanto o mundo olha para o outro lado, um grupo de jovens cineastas trava uma batalha contra o esquecimento», refre a sinopse.

No dia 27 de Setembro, último do FiSahara, será exibido The Runner, de Saeed Taji Farouky. O filme sobre resistência conta a história de um campeão de corrida de fundo cuja viagem o transformou de atleta em símbolo de um movimento de libertação nacional. «Salah Hmatou Ameidan está disposto a arriscar a sua carreira, a sua família e a sua vida para correr por um país que não existe. É natural do Saara Ocidental, sob ocupação marroquina desde 1975», lê-se na sinopse da obra que acompanha Salah ao longo de três anos cruciais da sua vida, quando completa 30 anos e nasce a chamada «Primavera Árabe».

Criado em 2003, o FiSahara tornou-se um festival anual de cinema e cultura de direitos humanos. «À medida que os saarauís descobrem o cinema, adoptam esta arte como uma ferramenta de auto-expressão, resistência cultural e activismo dos direitos humanos, dando origem à cinematografia saarauí», refere a apresentação. Há 50 anos que os saarauís vivem em exílio, sob ocupação de Marrocos.

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