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|artes plásticas

A arte continua!

Trabalhos de Pedro Calhau na Fundação Eugénio de Almeida, «Fotografia no Barreiro» no AMAC, «O Pequeno Mundo» no MACNA em Chaves e o retrato no Atelier-Museu Júlio Pomar.

Pedro Calhau, «Cosmos» – p. 39-41, 2019 (marmoreado, guache e marcador de álcool sobre papel, 55x76 cm). Exposição «Do inesgotável», de Pedro Calhau, na Fundação Eugénio de Almeida, em Évora, até 02 de maio de 2021
Pedro Calhau, «Cosmos» – p. 39-41, 2019 (marmoreado, guache e marcador de álcool sobre papel, 55x76 cm). Exposição «Do inesgotável», de Pedro Calhau, na Fundação Eugénio de Almeida, em Évora, até 02 de maio de 2021CréditosPedro Calhau

Em consequência das novas regras do estado de emergência, os eventos culturais encontram-se temporariamente encerrados. Tal como já tinha referido no primeiro período de confinamento, em março de 2020, os artistas não vão parar de criar, e, por aqui, também não vamos deixar de divulgar os projectos artísticos com exposições programadas, aguardando que a situação permita que possam reabrir ou a ser reagendados, assim o têm afirmado os diversos espaços culturais. Existe também uma enorme vontade da parte das instituições culturais em geral em manter alguma ligação com os seus públicos, disponibilizando projectos, conversas, apresentações e visitas em online, mesmo que à distância. Deixamos aqui algumas sugestões de apresentação e visitas a exposições, conversas com críticos, curadores e artistas, que se encontram disponíveis ao público e podem ser visitadas: Museu do Chiado, Louise Bourgeois em Serralves, Gulbenkian, Aniversário da Arte, Coleção Berardo, Fundação Carmona e Costa.

Registamos ainda que para o dia 30 de janeiro está prevista uma acção de protesto em online, «Na Rua pelo Futuro da Cultura!», convocada por 24 estruturas representantes dos profissionais das mais variadas àreas da cultura, entre as quais, a recentemente formada AAVP-Associação de Artistas Visuais em Portugal, exigindo uma resposta que seja para todos, nos apoios sociais e no pagamento a 100% de todas actividades canceladas ou adiadas, chamando também a atenção de que as medidas recentes, são ainda insuficientes para responder aos problemas e às fragilidades deste sector.

Exposição «Loreto», de Luísa Ferreira, na Galeria Branca do Auditório Municipal Augusto Cabrita, Barreiro, até 20 de fevereiro de 2021 CréditosLuísa Ferreira /

Como já tínhamos referido, em junho de 2020, algumas das exposições entretanto programadas na Fundação Eugénio de Almeida1, em Évora, foram adiadas, ficando em fase de serem novamente agendadas, devido à pandemia. E assim, aconteceu com a exposição «Do inesgotável», de Pedro Calhau2 (Évora, 1983), que procura revisitar uma seleção de trabalhos do artista, incluindo obras de desenho, pintura, escultura, fotografia, vídeo, texto e imagem e pode agora ser visitada até 2 de maio 2021. «É uma amostragem que se entende representativa e sugestiva da sua obra, não apenas no sentido de a dar a conhecer em diálogo(s) mas também de ativar e questionar o processo criativo que simultaneamente a une e a liberta (…) Pensar o trabalho de Pedro Calhau implica convocar um conjunto de conceitos e de ideias que atravessam a sua obra, destacando-se, antes de mais, a imaginação, a associação livre e a montagem (...)», sublinha a curadora Mariana Gaspar, reconhecendo que na obra de Pedro Calhau, existe «uma generosa e insaciável curiosidade, mas também uma simplicidade que não sendo totalmente inocente, é profundamente espontânea e instintiva, afirmando-se na prática artística, enquanto ato (des)comprometido de expressão e comunicação, necessidade, direito e liberdade». Nesta livre associação de objetos poderemos encontrar, nas diversas séries apresentadas nesta exposição, «assuntos da matemática (teoria dos conjuntos), filosofia (epistemologia, metafísica entre outras disciplinas) assim como num ato primordial de tentar dar sentido ao mundo». Destaca-se neste artista as séries de desenhos intitulada «Cosmos» (2019), onde explora as diferentes potencialidades plásticas que rodeiam a imagética dos mapas, da cartografia e da geografia, e a série «Quid Pro Quod» (2018-2019), composta por «trabalhos focados “na personagem” de um vulcão», onde surgiu o interesse de «tentar desenvolver trabalhos mais próximos de uma ideia de paisagem», segundo o artista.

Inserida no programa «Fotografia no Barreiro», (Nov. 2020-Fev. 2021) a exposição «Loreto», da fotógrafa Luísa Ferreira3, decorre atualmente na Galeria Branca do Auditório Municipal Augusto Cabrita4, no Barreiro, estando patente até 20 de fevereiro. «Recorde-se que uma das vertentes do trabalho de Luísa Ferreira é a sua preocupação com a vivência dos espaços e com as pessoas que lhes dão vida. Fotógrafa desde meados dos anos oitenta, com atuação predominante na imprensa, junta aqui a imagem de cariz documental com um toque autoral muito pessoal pelo trabalho da luz, aproximando-se da pintura e refletindo todo o seu conhecimento e domínio técnico e estético…»5

Julião Sarmento, «Moderato Cantabile», 1985. Exposição «O Pequeno mundo» da Coleção da Caixa Geral de Depósitos - Culturgest, até 21 de fevereiro de 2021 CréditosCulturgest /

No AMAC poderá ainda visitar mais duas exposições de fotografia, «Altera Natura» de Nuno Cabrita, até 20 de fevereiro, que, segundo o autor, apresenta uma natureza «que vai do documental até ao que não se encontra diretamente relacionado com a realidade entendida através da utilização dos sentidos», e «River Gurara» de Maria Sécio, até 28 de fevereiro, em que «o aparente equilíbrio desorganizado das fotografias fala de um trauma silenciado por uma atmosfera assustadora e misteriosa».

A partir da coleção da Caixa Geral de Depósitos realiza-se a exposição «O Pequeno Mundo» no Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso6 em Chaves, até 21 de fevereiro. «O pequeno mundo» é uma exposição coletiva, com curadoria de Sérgio Mah, que reúne trabalhos em pintura, desenho, escultura, instalação e fotografia de 24 artistas nacionais, onde encontramos muitas das figuras maiores da arte portuguesa das últimas décadas. Esta mostra evoca uma das mais distintivas faculdades da prática artística: a possibilidade – a vocação – para a criação de mundos peculiares, entre-mundos, quase-mundos, mundos paralelos, alternativos e projetivos que interpelam as realidades em que vivemos. Vamos poder ver um conjunto diversificado de obras e artistas que se distinguem pelo modo como constroem universos especulares, campos abertos à imaginação, explorando as capacidades transfigurativas inerentes ao processo artístico, entendido como um modo privilegiado de transformar e converter umas coisas em outras, de mudar o estatuto e a simbólica do que está perante nós. Neste Museu poderá ainda ver a exposição permanente «Nadir Afonso – Entre o Local e o Global» até 6 de dezembro de 2021.

Júlio Pomar, «Triplo Retrato de Fernando Pessoa com um Corvo»,1982 (Colagem e acrílico sobre tela, 81x116cm). Exposição «O desenho impreciso de cada rosto humano, refletido. Retratos de Júlio Pomar» no Atelier-Museu Júlio Pomar, Lisboa, até 28 de fevereiro de 2021 CréditosMuseu Júlio Pomar /

O Atelier-Museu Júlio Pomar7, em Lisboa, apresenta a exposição «O desenho impreciso de cada rosto humano, reflectido. Retratos de Júlio Pomar», até 28 de fevereiro, com curadoria de Sara Antónia Matos e Pedro Faro. «A exposição irá incidir sobre o modo como Júlio Pomar pensou o género artístico do Retrato ao longo de mais de 70 anos, atravessando as suas diversas fases de criação, desde o Neo-realismo, na década de 1940, até 2018, ano em que morreu. A pintura e o desenho de retrato dão conta, em parte, das várias relações que o artista foi estabelecendo com diferentes pessoas, do seu círculo de contacto mais pessoal, e com figuras notáveis de diferentes domínios da sociedade portuguesa. Além disso, mostram-se vários autorretratos, também de diferentes momentos da vida do artista. Esta exposição reúne cerca de 50 obras de pintura, desenho, escultura, assemblagem, provenientes do acervo do Atelier-Museu Júlio Pomar, de várias coleções privadas e do espólio do artista.

«Encontro dificuldades extremamente objetivas que marcam uma diferença muito grande em relação ao trabalho de um [outro] quadro. Por exemplo, aqui nos tigres, eu vou à deriva, não tenho cais acostáveis. Enquanto que, com a presença do retratado, eu tenho um cais, em que posso – é claro – ir quebrar as minhas costelas […]. É um combate extremamente excitante e extremamente fatigante»8, disse Júlio Pomar acerca da execução de um retrato.


O autor escreve ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 (AE90)

  • 1. Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida – Centro de Arte e Cultura. Largo do Conde de Vila Flor, 7000-804 Évora. Horário: terça-feira a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h.
  • 2. Pedro Calhau vive e trabalha entre o Alentejo e Lisboa. Estudou na Universidade de Évora, no Ar.co-CCA em Lisboa e mestrado na Universidade Lusófona. Expõe regularmente desde 2004, sobretudo pintura e desenho.
  • 3. Luísa Ferreira (Lisboa, 1961), fotógrafa independente, vive e trabalha em Lisboa. Iniciou-se em Geografia, trocou o curso pela fotografia. Em 1989 integrou a equipa de fotojornalistas fundadores do jornal Público, onde permaneceu durante sete anos, e esteve dois anos na agência norte americana Associated Press. Expõe regularmente desde 1989 em fotografia e instalação.
  • 4. AMAC. Av. Escola dos Fuzileiros Navais 53A, 2830-499 Barreiro. Horário: terça-feira a domingo, das 14h às 20h. O Auditório Municipal Augusto Cabrita é um equipamento cultural e foi inaugurado em 2003.
  • 5. Texto sobre a exposição «Loreto» de Luísa Ferreira no Barreiro, editado na APAF- associação portuguesa de arte fotográfica.
  • 6. Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso - Avenida 5 de Outubro, nº10, 5400 - 017 Chaves. Horário: terça-feira a domingo, das 10h às 13h  e das 14h30 às 18h.
  • 7. Atelier-Museu Júlio Pomar. Rua do Vale, n.º 7, 1200-472 Lisboa. Horário: domingo e feriados, das 11h às 13h. Entrada gratuita para residentes em Lisboa.
  • 8. Em Helena Vaz da Silva e Júlio Pomar, Helena Vaz da Silva com Júlio Pomar, Afinidades Electivas, Edições A. Ramos, Lda., Lisboa, 1980, p. 64.

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