|Orçamento do Estado

Trabalhadores exigem que Governo responda ao aumento do custo de vida

A CGTP-IN inicia hoje um período de lutas pelo desagravamento das condições de vida com uma manifestação junto à Assembleia da República, enquanto decorre a aprovação do Orçamento do Estado para 2022.

CréditosAntónio Pedro Santos / Agência Lusa

A acção de luta nacional, que decorrerá sob o lema «Pelo aumento dos salários e pensões – Contra o aumento do custo de vida e ataque aos direitos», arrancou esta manhã com duas pré-concentrações, uma no Rossio, com os trabalhadores dos distritos de Lisboa e Porto, e outra junto ao Jardim da Estrela, com os trabalhadores de Setúbal e dos restantes distritos do País.

No final, todos os manifestantes se vão juntar junto ao Parlamento para exigir respostas face ao agravamento das condições de vida. A secretária-geral da Intersindical, Isabel Camarinha, partirá do Rossio e fará uma intervenção junto à Assembleia da República.

No início do mês, o Conselho Nacional da CGTP-IN exigiu medidas imediatas para reposição do poder de compra e, por isso, aprovou um processo de intensificação da luta que decorrerá ao longo do mês de Junho em todos os sectores e por todo o País, mas que começará com a manifestação de hoje.

Segundo Isabel Camarinha, a escolha da data para esta manifestação «não foi inocente, pois o Orçamento do Estado não responde às necessidades dos trabalhadores e do País», salientando que são necessárias respostas extraordinárias face ao momento excepcional que vivemos. 

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CGTP-IN lança acção nacional a 27 de Maio pelo aumento de salários e pensões

Uma concentração frente ao Parlamento, dia 27, é o pontapé de saída para as lutas que a Intersindical vai promover por todo o País durante o mês de Junho, terminando com uma acção nacional em Lisboa. 

CréditosAntónio Cotrim / Agência Lusa

Esta é uma das conclusões da reunião do Conselho Nacional da CGTP-IN, esta quarta-feira, em Lisboa. Depois de, no 1.º de Maio, ter apresentado reivindicações como o aumento geral dos salários em 90 euros, 800 euros de salário mínimo a partir do mês de Julho e aumentos extraordinários das pensões e reformas, num mínimo de 20 euros, a Intersindical anuncia agora uma acção nacional de luta, com início em 27 de Maio.

Neste dia, que é o da aprovação final do Orçamento do Estado (OE) para 2022, os trabalhadores vão concentrar-se junto à Assembleia da República, seguindo-se acções e lutas em todos os sectores, por todo o País, durante o mês de Junho, culminando com uma acção nacional em Lisboa. O objectivo, lê-se na resolução saída do encontro, é «afirmar a indignação e o protesto face ao aumento do custo de vida, ao ataque ao poder de compra e aos direitos, ao aumento das desigualdades, das injustiças e da pobreza, bem como a exigência do aumento geral de salários para todos os trabalhadores, das pensões de reforma para os reformados».

O Conselho Nacional da Inter defende que o momento que atravessamos, ainda sob os efeitos da pandemia e «de todo o aproveitamento levado a cabo para engrossar os lucros dos grandes grupos económicos, [...] agora à boleia de uma guerra condenável e das sanções, não pode servir de pretexto para continuar a adiar a resposta aos problemas dos trabalhadores, nem tão pouco para abrir espaço para degradar ainda mais as condições de vida e de trabalho e aumentar a exploração».

A CGTP-IN alerta para a degradação do poder de compra dos salários e das pensões, «em virtude do aproveitamento da actual situação para desencadear um brutal aumento de preços» e pelo facto de as multinacionais promoverem a especulação «para concentrar lucros cada vez maiores», e reivindica medidas urgentes.

Além da urgência de travar a especulação, a central sindical exige que o poder de compra dos trabalhadores, reformados e pensionistas seja aumentado, repondo «o que lhes foi roubado nestes primeiros meses do ano por via da especulação e transferido directamente para os bolsos do capital».

A CGTP-IN critica as opções do Governo no Orçamento do Estado aprovado sexta-feira na generalidade, designadamente a recusa em aumentar salários na Administração Pública e a «obsessão pelas "contas certas"», reafirmando a necessidade de uma política que valorize o trabalho e os trabalhadores e promova serviços públicos de qualidade «através de uma política fiscal justa». A redução do horário de trabalho, o combate à desregulação dos horários e a erradicação da precariedade são outras das reivindicações na base do protesto.

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A Inter vai intensificar a luta com o objectivo de afirmar a indignação e o protesto face ao aumento do custo de vida, ao ataque ao poder de compra e aos direitos, ao aumento das desigualdades e da pobreza, e exigir o aumento geral dos salários e das pensões, tendo em conta a degradação do poder de compra.

A redução do horário de trabalho e o combate à desregulação dos horários, a erradicação da precariedade, o emprego com direitos, uma legislação laboral que contribua para a valorização do trabalho e dos trabalhadores e a defesa do serviços públicos são outras das reivindicações na base do protesto.

A CGTP-IN reivindica ainda as medidas «excepcionais e imediatas» apresentadas no 1.º de Maio, como o aumento extraordinário do salário mínimo nacional para 800 euros em 1 de Julho de 2022, um aumento extraordinário de todas as pensões e reformas que reponha o poder de compra, num mínimo de 20 euros e o aumento extraordinário de todos os salários cuja revisão/actualização tenha sido absorvida pela inflação.


Com agência Lusa

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