Em comunicado, os trabalhadores da Petrogal (grupo Galp Energia), detentora das refinarias de Sines e Leça da Palmeira, afirmam que não fazem qualquer intenção de recuar face à ofensiva patronal sobre o acordo de empresa.
«Face à intransigência da administração, os trabalhadores da refinaria de Sines, no plenário realizado no passado dia 8, decidiram dar continuidade à luta, prolongando-a até ao final do mês de Março», afirma a Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal/CGTP-IN).
A Fiequimetal avisa que «o novo pré-aviso de greve só será emitido na data limite (14 de Fevereiro)», tendo a administração, até lá, uma «oportunidade de encetar uma negociação séria». Nesse mesmo dia, os trabalhadores de Sines realizam uma concentração à porta da refinaria. às 8h45, que contará com a presença do secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos.
Os protestos são motivados pela insistência do conselho de administração, presidido por Paula Amorim, em fazer caducar o acordo de empresa, com os trabalhadores a acusar esta de «manobras dilatórias, fingindo que quer negociar».
Os trabalhadores afirmam não entender como pode a administração alegar «dificuldades económicas» para fundamentar o pedido de caducidade, tendo tido «lucros fabulosos» ao longo dos anos. A Galp Energia obteve lucros de 707 milhões de euros em 2018, um crescimento de 23% face ao anterior ano.
O braço-de-ferro entre trabalhadores e a administração já prossegue há mais de um ano, tendo os últimos episódios do confronto decorrido em Dezembro e Janeiro passado. Após várias semanas de greve, com elevada adesão, os operários da refinaria de Sines aprovaram o seu prolongamento até Fevereiro.
Repressão patronal contra a greve não passará impune
O comunicado da Fiequimetal realça ainda que os trabalhadores, em plenário, manifestaram o seu «total repúdio pela postura repressiva da empresa», após a instauração de um processo disciplinar sobre um trabalhador em greve.
«Os trabalhadores entendem esta atitude da administração como um acto hostil e provocatório para com a greve em curso e reafirmaram a vontade redobrada de prossegui-la em unidade e de rechaçar em conjunto todas as medidas repressivas do mesmo género ou outras», reitera.
Sobre a situação na refinaria de Leça da Palmeira, a federação afirma que os contactos com os trabalhadores demonstram «a continuidade e intensificação da disponibilidade para a luta que se mostrar necessária».
Porém, face ao último incidente nas instalações, em que uma serpentina de uma fornalha rompeu e provocou um incêndio, os trabalhadores decidiram «aguardar e dar continuidade à luta em momento oportuno».
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