Centenas de trabalhadores realizaram uma concentração esta manhã junto às instalações do call center da Fidelidade, no âmbito de uma greve que está a registar uma forte adesão, em protesto contra as más condições de trabalho.
A paralisação, convocada pelo Sindicato Nacional dos Profissionais de Seguros e Afins (Sinapsa), visa a Newspring Services, uma empresa de outsourcing que é utilizada pelo grupo Fidelidade para contratar pessoal a baixos custos.
O sindicato denuncia que a situação de vínculos precários, apesar de realizarem o mesmo trabalho que os trabalhadores efectivos da empresa, resulta em situações de contratos temporários ao longo de «12, 16 ou mais anos», com horários desregulados e «insegurança» no seu dia-a-dia, além de «uma grande diferença de salários de quase metade», num total de 500 euros.
Os trabalhadores exigem o aumento dos salários e do subsídio de alimentação, de 45 e 10 euros, respectivamente, mas, sobretudo, a aplicação da contrato colectivo de trabalho da seguradora, de forma a pôr fim aos vínculos precários e garantir a igualdade de direitos a todos. Entre outras reivindicações estão as 35 horas semanais e a melhoria das condições de saúde, higiene e segurança no trabalho.
Apesar das «reivindicações justas», é denunciado que a Fidelidade agiu previamente com chantagens e repressão, despoletanto processos disciplinares contra as delegadas sindicais, além remover propaganda sindical, proibir a distribuição e o contacto com os trabalhadores e ter procedido ao uso ilegal do bando de horas para substituir pessoal em greve.
«Acabar com esta ilegalidade»
Em declarações à TVI, Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP-IN, afirmou que o caso é um «exemplo objectivo» dos abusos das empresas que «recorrem sistematicamente ao trabalho temporário para serviços de carácter permanente».
«Estes trabalhadores, que são a voz da Fidelidade, estão a trabalhar de forma permanente mas contratados por empresas de trabalho temporário, uma coisa surrealista», reiterou. Um problema que só tem uma solução, «colocar estes trabalhadores com os mesmos salários e direitos, passá-los para os quadros».
«É assim que se ataca a precariedade» afirmou Arménio Carlos, frisando que o Governo «não pode continuar a fechar os olhos» perante os «abusos» e que, em vez de «mexer um pouco para ficar tudo na mesma», tem que «obrigar a Fidelidade e as empresas a passar a efectivos os trabalhadores».
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